O Vivo Rio Pro apresentado por Corona já começou com um show de aéreos na sexta-feira (23), na Praia de Itaúna, em Saquarema. O voo mais incrível foi o do bicampeão mundial John John Florence, que fez os recordes do dia, nota 9,00 e 15,67 pontos. Antes, os brasileiros vinham comandando o show com as vitórias de Filipe Toledo, João Chianca, Italo Ferreira e Yago Dora. Os quatro passaram direto para as oitavas de final da etapa brasileira do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) na Capital Nacional do Surf.
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Como era esperado, a torcida já encheu a Praia de Itaúna desde as primeiras horas da manhã da sexta-feira, para assistir os melhores surfistas do mundo estreando no Vivo Rio Pro apresentado por Corona. Foram realizadas as primeiras fases das duas categorias e metade da repescagem feminina. A repescagem masculina, com os surfistas que não venceram suas baterias na sexta-feira, também ficou para o próximo dia. A primeira chamada do sábado será as 7h15 na Praia de Itaúna e a competição pode ser assistida ao vivo pelo Sportv e WorldSurfLeague.com.
O primeiro dia começou com derrotas brasileiras de Silvana Lima, Tatiana Weston-Webb e do Caio Ibelli, na bateria que abriu a rodada inicial masculina. Na sequência, vieram duas vitórias verde-amarelas dos mais bem colocados no ranking do CT 2023. A primeira foi conquistada pelo terceiro melhor do mundo até o momento, o surfista local de Saquarema, João Chianca. Chumbinho aproveitou o melhor conhecimento das ondas de Itaúna, para bater o sul-africano Matthew McGillivray e o havaiano Seth Moniz por 14,83 pontos, somando notas 7,83 e 7,00.
O atual campeão mundial, Filipe Toledo, que não perde uma bateria em Saquarema desde 2017, estreou com vitória no Vivo Rio Pro apresentado por Corona. Mas foi por pouco. Com a ausência de Kelly Slater, que cancelou sua participação por estar doente, Samuel Pupo acabou sendo um dos seus adversários. No ano passado, os dois decidiram o título na Praia de Itaúna e Filipe conquistou o tricampeonato consecutivo em Saquarema, com um aéreo nota 10.
Só que dessa vez, Samuca foi quem completou o melhor aéreo da bateria, voando alto numa direita, fazendo o giro no ar e aterrissando com segurança. Os juízes deram nota 8,00 para ele, a maior do dia até ali. O australiano Callum Robson também surfou bem uma onda que valeu 7,50 e a invencibilidade de Filipe Toledo ficou ameaçada. Mas, o “Rei do Rio” ainda achou boas ondas para mostrar a sua variedade de manobras progressivas e inovadoras e somar notas 6,90 e 7,63. Com elas, superou Samuel Pupo por 14,53 a 14,50 pontos, com o australiano ficando em último com 13,83.
“É sempre difícil competir contra o Samuel (Pupo). Ele estava fazendo uns aéreos bem altos, o Callum (Robson) também estava surfando bem e eu demorei um pouco para encontrar as ondas boas. Mas, depois que consegui a primeira, achei o ritmo e foi uma bateria bem divertida”, disse Filipe Toledo. “Eu me sinto muito bem aqui. Estou com minha família, a energia é muito boa e tento apenas ficar focado no processo dentro d´água. É um pouco difícil aqui no Brasil, porque fica muita coisa acontecendo, muitas demandas vindas de todos os lados. Mas tenho um apoio incrível do meu time, então consigo me concentrar para usar minha energia na competição”.
Na disputa seguinte, o potiguar Jadson André, que foi chamado pela WSL para substituir Kelly Slater, encarou o número 1 do ranking 2023. Mas, a bateria foi fraca de ondas e o norte-americano Griffin Colapinto terminou em último, com apenas 6,73 pontos nas duas notas computadas. Jadson ficou em segundo com 8,24 e o australiano Liam O´Brien venceu com 10,33. Como a disputa pela liderança do ranking é fase a fase entre Griffin e Filipe Toledo, o brasileiro vai dormir a sexta-feira na frente. O californiano tem que passar por Jadson André na repescagem, senão já perde a lycra amarela para o atual campeão mundial.
Recordes do dia
Logo após a inesperada derrota de Griffin Colapinto, aconteceu a segunda bateria com participação dupla do Brasil, valendo apenas uma vaga direta para as oitavas de final. Foi uma verdadeira batalha aérea, com o tricampeão mundial Gabriel Medina voando duas vezes numa mesma onda. Ele e Yago Dora fizeram os recordes do campeonato até ali. Medina tinha atingido 15,17 pontos com notas 8,17 e 7,00, mas Yago acertou um aéreo full rotation incrível numa direita, que arrancou 8,83 dos juízes. Com essa nota, ele virou o placar para 15,53 a 15,17 pontos do Medina, que terá que disputar a repescagem.
O único surfista que conseguiu ultrapassar as marcas de Yago Dora e Gabriel Medina, foi o bicampeão mundial John John Florence. O havaiano também usou os aéreos nas direitas de Itaúna para derrotar o australiano Connor O´Leary e o sul-africano Jordy Smith, com o maior somatório do dia, 15,67 pontos. O novo recorde do Vivo Rio Pro, foi atingido com a maior nota do campeonato, 9,00, que John John recebeu com um alley-oop fantástico, voando muito alto e pousando com perfeição na base da onda.
Medalhistas de ouro
Para fechar a primeira fase do Vivo Rio Pro apresentado por Corona, os dois surfistas que se enfrentaram na primeira final olímpica da história do surfe, disputaram a última vaga direta para as oitavas de final. O público que encheu a Praia de Itaúna na sexta-feira, torceu bastante para o primeiro campeão olímpico, Italo Ferreira, que acertou um aéreo incrível que valeu nota 8,00. Ele voltou a derrotar o medalha de prata, Kanoa Igarashi, com o japonês seguindo para a repescagem junto com o italiano Leonardo Fioravanti.
Na sequência, a medalhista de ouro nas Olimpíadas de Tóquio no Japão, Carissa Moore, aproveitou a segunda chance de classificação para as quartas de final. Depois de ser derrotada pela californiana Lakey Peterson na primeira fase, a pentacampeã mundial e líder do ranking 2023, voltou a enfrentar a brasileira Silvana Lima. A cearense até surfou bem, mas a havaiana conseguiu a vitória por meio pontinho de diferença no placar encerrado em 10,50 a 10,00 pontos.
Repescagem
Depois, só aconteceu mais uma bateria, com a octacampeã mundial Stephanie Gilmore sendo barrada pela jovem havaiana Bettylou Sakura Johnson, por 11,54 a 11,17 pontos. A australiana chegou no Brasil dividindo o quinto lugar no ranking com Tatiana Weston-Webb. Com a eliminação da atual campeã mundial, a brasileira pode fortalecer sua posição no grupo das top-5, se conseguir passar pela californiana Caitlin Simmers, que está logo abaixo delas no ranking.
As duas últimas baterias da repescagem feminina, ficaram para abrir o próximo dia do Vivo Rio Pro apresentado por Corona em Saquarema. Antes do duelo entre Tatiana Weston-Webb e Caitlin Simmers, tem a número 4 do ranking, Molly Picklum, da Austrália, contra a francesa Johanne Defay, vice-campeã na final da etapa brasileira do CT na Praia de Itaúna no ano passado, contra Carissa Moore. Quem perder, termina em 9.o lugar no campeonato, que tem prazo até o dia 1.o de julho para ser encerrado na Capital Nacional do Surf.
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