Por douglas.nunes

Rio - Atentas ao mercado, distribuidores de ingressos passaram a investir em novos formatos de ingressos para atrair mais consumidores. A tecnologia mais utilizada para substituir o papel é o QR code (na siga em inglês Quick Response ou resposta rápida), código de barras em 2D que pode ser escaneado pela maioria dos celulares que possuem câmera fotográfica. A estratégia acompanha o crescimento dos smartphones no Brasil.  Segundo a consultoria de tecnologia da informação IDC, foram vendidos 35,6 milhões de smartphones em 2013. O setor de eventos deve movimentar R$ 40 bilhões no Brasil, entre ingressos para grandes shows, feiras, congressos, cinema e teatro, segundo a Ampro (Associação de Marketing Promocional).

Segundo o diretor da startup Ingresse, Marcelo Bissuh, o objetivo das distribuidoras de ingressos é conseguir captar o cliente com maior facilidade. "Atualmente, boa parte das pessoas que procuram eventos não está em casa com um computador ou uma impressora disponível. Estão no bar, na rua, com o celular na mão", disse.

Para Bissuh, a novidade é bem aceita no mercado e diminui o uso do papel, pois usa um aplicativo de smartphone para validação. "Não enfrentamos resistência, percebemos uma abertura dos organizadores em usar esse tecnologia. Já fazemos cerca de 400 eventos por ano com esse formato e menos de 15% das pessoas ainda escolhem o papel", afirmou. A principal vantagem, de acordo com Bissuh, é a comodidade. "O cliente compra o ingresso e depois no evento é só apresentar o código para fazer a verificação da compra", completou. Recentemente, a empresa aplicou seus serviços nos jogos da Arena de Manaus, que recebeu Corinthians e Vasco. "Estamos em crescimento, ocupando espaços importantes. A compra de ingressos online está aumentando muito", disse. A receita tem origem na taxa serviços, de 10% do valor do ingresso.

Outra startup que trabalha com o segmento é o Sem Hora. Os clientes apresentam o QR Code gerado no ato da compra em seu App à uma Hostess que concede um atendimento personalizado ou, em grandes eventos, à uma catraca habilitada para fazer a leitura. Uma vez utilizado, ele fica inválido para ser reutilizado no evento, uma das características que torna o Sistema do Sem Hora à prova de fraudes. A empresa, que também atua com ingressos em papel, afirma que pequena parte dos clientes ainda prefere o formato impresso. "Não se faz necessário receber ingressos em casa. Hoje, é possível que o celular seja o ingresso e a recepção deste cliente seja feita de forma eficiente", afirma o CEO da Sem Hora, Luis Felipe Palomares

Segundo Palomares, o Sem Hora desmistificou as dificuldades para expandir o serviço para shows e grandes festivais. "Estamos estendendo isso para todos. Tornaremos fácil a compra de ingressos de forma escalável abrangendo desde eventos de pequeno porte a grandes festivais", disse. A empresa já conta com 42 mil usuários e tem cerca de 2.500 downloads por semana.

Para o CEO da distruibuidora de ingressos Evenctick, André Vargas, a profissionalização dos produtores de eventos tem ajudado no crescimento do uso da tecnologia. "As grandes empresas não têm resistência tão grande. Elas apenas não tinham acesso a essa tecnologia, mas está ficando cada vez mais fácil oferecer o sistema. Existe uma mudança no mercado", disse. A startup tem seu foco voltado para eventos profissionais. "Trabalhamos muito com encontros internacionais, congressos, eventos para 5 mil pessoas", afirmou.

Cinema

O Cinemark também já colhe os frutos do sistema, segundo o gerente de Tecnologia da Informação da rede de cinemas, Cristiano Hyppolito. Mais de 2 milhões de usuários utilizam a tecnologia por meio do smartphone. "O público cresce a cada dia. Acreditamos muito na mobilidade e vamos investir em novas soluções", disse. Segundo Hyppolito, o uso compensa o custo da  implementação e manutenção do sistema. "Não compartilhamos este número, mas podemos falar que vem crescendo exponencialmente a receita com o aplicativo." 

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