Por monica.lima

Rio - Até 2020, as maiores empresas de telecomunicações vão investir globalmente US$ 1,7 trilhão para adequarem sua infraestrutura ao padrão 4G. O que virá depois? O 5G, obviamente. A resposta é simples apenas em teoria: um grupo de 24 operadoras, 33 fabricantes de dispositivos e 24 instituições de ensino apresentou este mês a versão final de um relatório com diretrizes para desenvolvimento da tecnologia de quinta geração. Ao contrário do seu antecessor, o 5G ainda não tem padrões técnicos nem tecnologias definidos e acordados entre companhias.

“O 5G vai oferecer download e upload em velocidades extremamente rápidas, cerca de cem vezes mais rápido que o 4G. Isso nos permitirá, por exemplo, baixar um filme completo de 800 megabytes (MB) em menos de um segundo, em comparação com 40 a 60 segundos em 4G”, explica Roy Barzilay, especialista em tecnologias da informação e comunicação. Além da maior velocidade, o 5G promete aproveitar mil vezes melhor a capacidade do espectro eletromagnético. Na prática, isso significa que mais usuários (ou até todos) poderão usar a rede simultaneamente.

Outro avanço em relação à quarta geração é a baixíssima latência (tempo de resposta) nas transferências de dados. “Isso permitirá, por exemplo, começar a assistir um vídeo de imediato, no momento em que o botão de play é pressionado” diz Barzilay, que esteve recentemente no país para participar de eventos organizados pela Missão Econômica de Israel no Brasil. “Outra vantagem será a cobertura. As tecnologias do 5G permitirão que o (sinal de telefonia móvel) alcance áreas que o 4G não atinge.”

O montante de US$ 1,7 trilhão que será investido em 4G no período de 2014 a 2020, de acordo com estimativa da GSM Association, é um sinal claro de que a corrida tecnológica não está só cada vez mais acelerada mas também mais cara. Entre 2009 e 2013, enquanto a infraestrutura do 3G estava sendo implantada, foram gastos US$ 878 bilhões. Embora crescentes, os investimentos são necessários para evitar futuros congestionamentos de rede. “Não há dúvida de que as redes atuais de 3G e 4G, no Brasil e no mundo, vão se tornar saturadas”, afirma Barzilay. “Já vimos que, à medida em que as pessoas se sentem mais confortáveis com os serviços 3G e 4G, elas vão usá-los para mais e mais aplicações. Isso irá incluir vídeo e TV”. No Brasil, os serviços de quarta geração contavam ao fim de janeiro com 7,7 milhões de linhas ativas, segundo a consultoria Teleco. É pouco quando comparado aos 148,8 milhões de acessos via aparelhos 3G existentes no país no mesmo período. Mas o ritmo de expansão do 4G é altíssimo: em janeiro de 2014, havia somente 1,6 milhão de acessos.

O lançamento comercial das primeiras redes 5G é esperado não antes do fim de 2020, provavelmente no Japão e na Coreia do Sul, apesar de alguns países europeus terem anunciado que também estarão prontos dentro deste prazo. As primeiras experiências estão previstas para daqui a dois anos, diz o especialista israelense, acrescentando que os torcedores presentes aos jogos da Copa do Mundo de 2018 em Moscou devem participar de testes realizadas pela chinesa Huawei e pela operadora russa Megafone.

E depois? “Devemos esperar pelo 6G não antes de 2030”, avisa Barzilay. “Inovações em desenvolvimento nos laboratórios ao redor do mundo envolvem tecnologias espaciais, nanotecnologia e muitas outras. Serão implementadas em todas as indústrias e vão mudar a maioria delas, assim como as nossas vidas.”

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