Por douglas.nunes
“Jimmy’s Hall”%2C de Ken LoachDivulgação

‘Era como se eu tivesse vendo toda a história da humanidade, a construção das pirâmides no Egito. Não se ouvia o barulho de uma única máquina'. É assim que Sebastião Salgado começa a contar a história por trás uma de suas séries fotográficas mais emblemáticas, produzidas em Serra Pelada nos anos 1980, no filme “O Sal da Terra”. O longa-metragem, dirigido pelo alemão Wim Wenders e pelo filho de Sebastião, Juliano Ribeiro Salgado, que teve sua estreia mundial na mostra “Un Certain Regard” do Festival de Cannes, onde ganhou o prêmio do júri, abre a 16ª edição do Festival do Rio, na próxima quarta-feira, dia 24. Com curadoria inspirada nos festivais de Cannes e Toronto, o festival traz um mosaico do que tem chamado atenção na produção cinematográfica mundial. Dividido em 15 mostras, se estende por 15 dias na capital fluminense e apresenta 350 filmes de mais de 60 países, exibidos em 30 localizações diferentes da cidade. O evento ainda conta com palestras de profissionais do audiovisual e workshops no RioMarket, além de debates gratuitos no Cine Encontro.

Com 72 filmes brasileiros em exibição, o festival dá destaque às mais diferentes produções nacionais. Entre os títulos, o documentário “O Vento Lá Fora”, de Márcio Debellian, exibe um retrato do poeta Fernando Pessoa a partir da leitura de poemas por Cleonice Berardinelli e Maria Bethânia. Já o longa “Trinta”, de Paulo Machline, narra a trajetória do carnavalesco Joãosinho Trinta para produzir seu primeiro desfile na escola de samba Acadêmicos do Salgueiro.

“Timbuktu”%2C de Abderrahmane SissakoDivulgação

“Estamos em busca de novas linguagens, novos temas e da renovação de conceitos do cinema, não fazemos uma mostra específica e, sim, várias, justamente por isso. Mas também temos espaço para homenagear filmes clássicos”, explica uma das diretoras do festival, Vilma Lustosa.

Para isso, o evento dedica mostras especiais a quatro grandes cineastas: Roberto Rosselini, com exibição de seis clássicos restaurados; uma retrospectiva do diretor americano Michael Cimino e uma homenagem ao ator e diretor Hugo Carvana, com exibição de “Vai Trabalhar, Vagabundo”, que este ano completa 40 anos. Há ainda espaço reservado para a mostra “Clássicos de Hitchcock”, que exibe cinco longas mudos do mestre do suspense com acompanhamento musical ao vivo do pianista Cadu Pereira.
Outro destaque do festival é a seleção “Foco México”, que reúne recentes produções e clássicos imperdíveis do cinema mexicano. Entre eles,está o longa “Cantinflas”, de Sebastian del Amo, filme selecionado pelo México para concorrer a uma vaga no Oscar 2015.

Já a mostra “Panorama” elenca as mais relevantes produções cinematográficas mundiais do último ano. Único representante do cinema africano da seleção, “Timbuktu”, de Abderrahmane Sissako, que roubou a atenção da crítica em Cannes, fala sobre o extremismo religioso no continente. Mais leve, “Jimmy’s Hall”, de Ken Loach, também compõe a listagem da mostra.

“Trash – A Esperança Vem do Lixo”%2C de Stephen DaldryDivulgação

Para encerrar a edição deste ano do festival em grande estilo, o longa “Trash – A Esperança Vem do Lixo”, do premiado diretor Stephen Daldry , de “Billy Elliot”, “As Horas” e “O Leitor”, tem première com presença confirmada de Daldry. O filme, que tem os brasileiros Wagner Moura e Selton Melo no elenco, conta história meninos catadores de lixo em uma favela do Rio. Em formato de um thriller contemporâneo, foge da fórmula que retrata a realidade local ao misturar elementos de ação ao roteiro de ficção.

Música no metrô busca apoio para ser permanente

Após viajar por 17 países, visitando as principais estações de metrô do mundo, o empresário Marcelo Beraldo, da agência Barong Creative, acompanhou de perto as performances de músicos de rua nesses locais. O resultado da viagem foi o “Red Bull Sounderground — Festival Internacional de Metrô”, que já conta com três edições no Rio e São Paulo nos últimos anos. Como uma extensão do projeto, Beraldo idealizou “Academia de Músicos do Metrô” com a intenção de colocar em prática no início de 2015.

“A ideia é fazer audições com músicos de rua para que um júri especializado possa selecionar alguns para integrar o projeto ao longo de um ano, tocando nas principais estações de metrô do país. Como o espaço é palco de contato direto com o público, tem resposta automática, por isso, ajuda na formação dos músicos. O festival abriu as portas para a Academia e nos convenceu que a ideia é muito boa”, explica Beraldo.

A Academia assemelha-se a um programa de jovem aprendiz da música. Além disso, tem como objetivo ser um selo, que oferecerá downloads gratuitos de obras autorais dos membros, e ainda divulgar seus shows em clubes e bares. Como primeiro passo, Beraldo pretende conseguir a regulamentação das apresentações nas estações, para em seguida, conquistar patrocinadores para o projeto — que tem como orçamento uma soma de R$ 4 milhões.

Rio recebe pela 2ª vez festival de filmes ao ar livre

Em sua segunda edição na cidade, o Rocky Spirit apresenta ao público carioca 28 documentários inéditos. A sala de exibição será a Praia de Ipanema, neste fim de semana.

Os filmes serão exibidos em um enorme telão com 150 m² de alta definição. As 23 produções internacionais vêm da mais importante mostra do gênero, o “Telluride Mountainfilm Festival”. Destacam-se “When Dogs Fly”, “High Tension”, “Basikeli” e “Huayhuash”. Entre as cinco nacionais, o destaque fica por conta de “Zé do Pedal”.

A organização do evento espera receber três mil pessoas por dia. Na edição paulista, que ocorreu no fim de semana dos dias 30 e 31 de agosto, o público total foi de sete mil pessoas.
Quem for ao evento terá a oportunidade de interagir com dois protagonistas de documentários nacionais após a exibição dos filmes. No sábado, o mineiro José Geraldo, de “Zé do Pedal”, falará sobre a história de sua viagem à África do Sul em um triciclo movido com a força de suas pernas. No domingo, será a vez de Pedro Oliva, de “Kayak Nepal”, conversar com o público. Programação completa em www.rockyspirit.com.br.

Universo de Tim Burton em exposição no MIS

Com a presença de Burton na abertura, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo irá receber, entre janeiro e abril de 2016, uma megaexposição do “The Museum of Modern Art (MoMA)”, de Nova York, dedicada à obra de um dos mais criativos cineastas da atualidade.

Projeto ‘Sergio Britto Memórias’ no Rio

Durante os 65 anos que se dedicou
à vida artística, o ator e diretor Sergio Britto reuniu um acervo de cerca de 15 mil itens, que fazem parte da memória do teatro e da televisão brasileiros e serão expostos na Casa Laura Alvim, em Ipanema, a partir do dia 22, às 18h.

Peça conta trajetória da pintora Frida Kahlo

A companhia Estelar de Teatro apresenta um espetáculo que conta com música e dança para falar da história da pintora mexicana. Dirigida por Ismar Rachmann, a peça aborda ainda sua vida pessoal. Em cartaz no Casarão do Sesc Ipiranga (SP), às 21h.

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