
Os 50 anos de carreira de Maria Bethânia completados recentemente fazem de 2015 o ano da cantora. Depois de lançar a turnê “Abraçar e agradecer”, ser homenageada pelo Prêmio da Música Brasileira e anunciada como enredo da Mangueira no próximo Carnaval, Bethânia ganha ainda a exposição “Maria de Todos Nós”, a maior dedicada à artista. Com obras de mais de uma centena de artistas plásticos, fotógrafos, poetas e músicos, a mostra tem abertura hoje e segue até 13 de setembro no Paço Imperial, na Praça XV, no Rio de Janeiro. Batizada com o título de um poema de Mabel Veloso, inspirado em sua irmã, a exposição nasceu como um movimento voluntário de amigos e fãs famosos ou anônimos de Bethânia, reunidos pela produtora Ana Basbaum, que contribuíram com obras inspiradas no universo da artista. “O intuito não era o elogio à artista”, conta Bia Lessa, que assina a direção geral e expografia da mostra, “mas os ecos e as inspirações que brotam a partir de seu trabalho. Espontaneamente foram se juntando obras, ideias, artistas e admiradores e a exposição foi sendo concebida a partir desses estímulos”, explica.
Em doze salas do categórico Paço Imperial, a exposição “Maria de Todos Nós” apresenta 980 fotografias, 302 obras e 120 objetos de 160 artistas e fotógrafos. Já na área externa, sacadas e ao redor do prédio está uma instalação com tecidos, estampados com frases de poetas que foram importantes na formação de Maria Bethânia, entre eles, fragmentos de Fernando Pessoa, Clarisse Lispector, Patativa do Assaré, Padre Antônio Vieira e Sophia de Mello Brahner.
“Não há propriamente uma curadoria, há obras que têm em comum o fato de estarem reunidas em um esforço pessoal e desejo de participar dessa ‘cerimônia’ de comemoração dos 50 anos de carreira de Bethânia”, explica Bia.
Na entrada, a primeira obra a ser observada é um enorme barco, com duas toneladas, que busca seu equilíbrio para permanecer no prumo. A obra sem título é de Elisa Bracher e desponta como símbolo da exposição. Como destaques espalhados pelas outras salas, há ainda entalhes em madeiras feitos por Maria Bethânia, alguns cadernos de trabalho, base de suas criações e seu camarim de palco utilizado em todas as suas apresentações. Há ainda espaço para imagens públicas, enviadas por fotógrafos e fãs, e pessoais da cantora, que estão impressas em tecido e expostas num corredor inspirado na casa de Dona Canô e Seu Zezinho, mãe e pai da artista. “Queremos que a mostra tenha trajetória que remeta a um círculo infinito. Não há começo, meio e fim, há uma trajetória criada a partir do desejo de cada visitante”, complementa a curadora.
A programação ainda inclui saraus aos sábados e domingos, às 16h, com os músicos como Egberto Gismonti, Moreno Veloso, Pedro Sá, Jorge Mautner, Andre Mehmari e Banda Afro Cultural Ojuobáaxé. Também acontecerá uma mostra de filmes, vídeos e DVDs de Maria Bethânia, todos os dias das 13h às 17h, entre eles “Quando o Carnaval Chegar”, de Cacá Diegues; “Doces Bárbaros” , de Tom Azulay; “Brasileirinho”, de André Horta, e “O Vento lá Fora”, de Márcio Debellian. Mariana Pitasse (mariana.pitasse@brasileconomico.com.br)
ONDE ASSISTIR
"Maria de Todos Nós" está em cartaz até 13 de setembro no Paço Imperial - Praça XV de Novembro, 48, Centro, Rio de Janeiro. Tel: (21) 2533-4359
Retrospectiva da obra de Guignard no MAM-SP
Um dos maiores artistas do século XX, Alberto da Veiga Guignard ganhará mostra dedicada ao seu conjunto de obras no Museu de Arte Moderna de São Paulo, a partir da próxima terça-feira, dia 7. Com curadoria de Paulo Sergio Duarte, “Guignard - a memória plástica do Brasil moderno” ocupa a Grande Sala do museu para revelar quem foi o pintor e desenhista conhecido pelas pinturas de paisagens e mostrar o legado e a contribuição para a arte moderna brasileira.
Reconhecido por ser um artista completo e por atuar em todos os gêneros da pintura, Guignard alcançou a fama por retratar paisagens mineiras, estado que viveu a partir da década de 1940. O curador elege a originalidade como o principal aspecto da produção do artista, que utilizou o decorativo nas telas que deram formas às obras, além dos tetos, painéis, móveis e objetos que pintou.
Hoje, Guignard provoca interesse especial em colecionadores e alcança altas cifras no mercado, comparado aos prestigiados Alfredo Volpi e Di Cavalcanti. Um exemplo que está presente na mostra à disposição dos visitantes do MAM, mas foi pouco visto pelo grande púbico, é o painel “Paisagem Imaginante”, de 1959, que faz parte de uma coleção particular.
ONDE CONFERIR
“Guignard - a memória plástica do Brasil moderno” em cartaz no MAM-SP, que fica no Parque do Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3).
‘As Primeiras Cores do Rio’ em exposição no CCBB
Desde a última quarta-feira, está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil o Foto Rio - Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro, com a exposição “As Primeiras Cores do Rio”. A seleção reúne 20 autocromos atribuídos a Auguste Léon com as primeiras imagens a cores representando a Cidade Maravilhosa.
No calendário do FotoRio 2015 estão exposições em museus e centros culturais, além de momentos de debate e reflexão sobre temas relevantes no panorama da fotografia no país. A cidade do Rio de Janeiro é o tema exclusivo de todas as exposições, em celebração aos seus 450 anos.
Além do CCBB Rio, o evento ainda apresenta mostras na Biblioteca Parque Estadual, Parque das Ruínas, Solar Grandjean de Montigny, na PUC-Rio, e Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica.
Também compõem a programação projeções e intervenções urbanas, cursos, seminários, oficinas, mesas-redondas, palestras e conferências. As datas e horários estão no www.fotorio.fot.br.
NOTAS
IMS disponibiliza app com roteiros de mostras
A partir de agora, o aplicativo do Instituto Moreira Salles oferece um audioguia com roteiros das exposições em cartaz no seu centro cultural do Rio e da casa do IMS na Gávea. O app para Android pode ser baixado na Play Store e contém roteiros em português.
Filme ‘Obra’ tem estreia nacional em agosto
“Obra”, longa-metragem de estreia do cineasta paulistano Gregório Graziosi, entra em cartaz no dia 13 de agosto, em 11 cidades. O filme conquistou o prêmio de fotografia e foi eleito o melhor filme latino-americano pela FIPRESCI no Festival do Rio, em 2014.
Peça ‘2.500 Por Hora’ em cartaz no Oi Futuro, no Rio
Em cartaz no Oi Futuro Flamengo, a peça “2.500 por hora”, com direção de Moacir Chaves, é uma adaptação da original escrita por Jacques Livchine. Com cenas assinadas por diversos autores como Pirandello, Tcheckov, Molière, o espetáculo conta parte da história do teatro com humor.