Por monica.lima
Funcionários na fábrica da Jeep em Goiana (PE)Divulgação

Ao acionar a prensa e inaugurar a fábrica da Jeep, em Goiana (PE), ontem, a presidenta Dilma Rousseff marcava um novo momento na relação capital/trabalho no Brasil. Ao largo do foco no lucro e na construção esmerada de um (belo) carro, a nova planta revolucionou a região que a viu nascer sobre antigos e emblemáticos canaviais. A unidade é a mais moderna do grupo FCA no mundo e a primeira da Jeep fora dos EUA.

Mas o discurso da modernidade não fica restrito às linhas de produção que focam na logística eficiente de suprimentos. O maior avanço que vi aqui foi o método de contratar os funcionários. A Fiat aprendeu há décadas que deve participar do desenvolvimento social do entorno e assim lançou um programa interessante de contratação dos quase 2 mil funcionários nos municípios vizinhos, além de Goiana mesmo, que concentra 75 mil habitantes. Um carro de som solicitava currículos que eram preenchidos na rua mesmo, em uma mesinha. Naquele momento, ”o interesse do candidato e o brilho dos seus olhos decidia meio caminho”, revela o diretor de Recursos Humanos Adauto Duarte. A exigência do segundo grau foi afastada e a proposta consciente envolvia treinamento pesado dos novos trabalhadores.

Assim foram escolhidos cortadores de cana, catadores de caranguejo, camelôs e até uma boleira, Rosângela Coelho, hoje uma orgulhosa finalizadora de portas, que comemora a oportunidade que iluminou a vida de muitos nordestinos. Na fábrica, 78% dos contratados são daqui mesmo, e destes, 80% são de Pernambuco.

O longo caminho da aposta nestas pessoas envolveu viagem longas para centros de excelência na Europa, Estados Unidos e Betim mesmo, ali em MG. Formados os líderes de times de seis pessoas cada, e mais treinamento na volta, os operários também foram enviados para uma imersão em técnicas construtivas. Muito fizeram extensões e alguns são engenheiros de manutenção para controlar os mais de 500 robôs, garantia da carroceria montada com precisão.

E assim foi, com costureiras para as forrações de assentos, eletricistas e todos os demais.

Na fábrica são faladas nove línguas, mas a maioria se comunica em bom português mesmo, com o sotaque nordestino soando como música.

As pessoas estão felizes aqui. Se empenham e mantém aquele brilho nos olhos que o diretor de RH observou no primeiro contato. Têm orgulho do que fazem. Têm uma nova vida e sonhos. Suas histórias me levaram às lágrimas.

E o carro. Ah, sim, o Jeep Renegade. Sai desta fábrica para o Mercosul em três modelos, duas opções de motor e três de câmbio. Extremamente bem construído, é robusto e já tem filas de espera nas novas concessionárias. Ele antecede uma picape médio-compacta sob o selo Fiat e um outro Jeep, este médio, do porte do Cherokee. No total a cadência será de 220 mil carros/ano em 2016 e poderá chegar aos 330 mil em 2017. A revolução apenas começou.

Novo Suzuki

A Suzuki não se fez de rogada e apresentou seu S-Cross para disputar espaço no disputadíssimo mercado de utilitários compactos. O crossover é vendido nas trações 4x2 e 4x4, câmbio manual ou CVT e única opção de motor, uma unidade 1.6 litro 16 V de 120 cv. Os preços vão de R$ 75 mil a R$ 106 mil. Quer atingir Mitsubishi ASX e Honda HR-V.

Diavel endiabrada

Renovada, a ‘naked’ Ducati Diavel desembarca no Brasil. Na evolução, modificações no mapeamento da central eletrônica, que resultaram em um motor mais linear. Este permanece com 1198,4 cilindradas e 162 cv, dados por dois cilindros. Mas o torque melhorou para 13,3 kgfm. Preço de R$ 65 mil na versão de entrada e R$ 75 mil na top Carbon.

Peugeot decola

A retomada do mercado europeu de veículos parece animar o grupo PSA, que anunciou ontem uma produção extra de 60 mil veículos até o fim do mês de agosto, em suas fábricas no continente. A ação da francesa vai beneficiar as três marcas: Peugeot, Citroën e DS.

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