Por monica.lima
No Paraná%2C Coritiba e Atlético se uniram para promover o “Atle-Tiba da União”%2C clássico que foi realizado no último domingo no estádio Couto PereiraDivulgação

Com um atraso incompreensível e injustificável os clubes brasileiros parecem finalmente ter enxergado o óbvio: violência de torcidas = prejuízo financeiro. Nas últimas semanas, uma série de pequenas, porém significativas iniciativas, foram tomadas por alguns dos principais times do país com o objetivo de mitigar o ódio e virulência de seus seguidores organizados.

No Sul, os arquirrivais Inter e Grêmio anunciaram que no Gre-Nal do próximo domingo um dos setores do Beira-Rio terá torcida mista. Cada sócio-torcedor colorado que comprar ingresso nesse espaço poderá convidar um amigo rival para assistir ao jogo do seu lado. No Paraná, Coritiba e Atlético se uniram para promover o “Atle-Tiba da União”, clássico que foi realizado no último domingo no estádio Couto Pereira com vitória do Coxa por 2 x 0. Foi o primeiro embate em três anos que contou a presença de aficionados dos dois maiores adversários do estado no mesmo espaço. A ação foi muito bem sucedida. O evento não teve incidentes entre torcedores e registrou público de quase 16 mil pagantes, e renda de R$ 344,2 mil, resultado considerado ótimo para uma partida de primeira fase de campeonato regional. Lembre-se que o Atlético-PR foi um dos clubes do país mais prejudicados pela ação violenta de sua torcida. Estima-se que o clube tenha deixado de arrecadar cerca de R$ 3 milhões por ter jogado sete partidas com portões fechados no último Brasileirão na nova Arena da Baixada, por ter sido punido pelo confronto entre suas organizadas e as do Vasco na Arena Joinville, pela última rodada do Brasileiro de 2013.

Em São Paulo, os perfis oficiais de Santos e Portuguesa no Twitter relembraram confrontos históricos entre os dois times e promoveram de forma criativa o jogo vencido pelo alvinegro por 3 x 1 ontem no Pacaembu. O Rio foi a nota fora do tom. Por não se entenderem quanto à posição de suas torcidas nas arquibancadas do Maracanã, Vasco e Fluminense levaram o jogo para o Engenhão. O desentendimento foi refletido na torcida. A polícia deteve 127 organizados dos dois times por brigas nos arredores do estádio. O caminho da civilização ainda esbarra na barbárie.

Prova de fogo para o novo laboratório

O caso Anderson Silva chamou a atenção para as ações do Brasil no controle de doping nos Jogos do Rio 2016. Nos próximos meses, a Agência Mundial Antidopagem irá fazer os últimos testes para conceder a nova acreditação ao Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, instalado nas dependências do novo Ladetec, na UFRJ, no Rio. O país investiu mais de R$ 140 milhões na construção do prédio e na compra de equipamentos.

Caixa começa a renovar patrocínios

Saiu ontem no Diário Oficial a renovação do contrato de patrocínio da Caixa com o Corinthians. O vínculo terá um ano de duração e valor de R$ 30 milhões. O próximo da lista de renovações é o Figueirense. Há temor que a nova presidente do banco, Miriam Belchior, reveja, ou até mesmo cancele, alguns acordos. O banco apóia 14 clubes. É o maior patrocinador do futebol no país.

Número da semana
R$ 120 mi

Esse é o valor total dos contratos de patrocínio da Caixa com 14 clubes do país. O maior acordo é o do Corinthians (leia nota acima). O menor é o do CRB de Alagoas, que receberá R$ 500 mil até agosto de 2016. Vasco e Atlético-GO estão com os recebimentos do banco suspensos por registrarem débitos com a União.

INVESTCRAQUE

Jackie Silva, primeira brasileira medalha de ouro olímpica

Jaqueline Silva, ou Jackie como prefere ser chamada, tem seu lugar garantido no Olimpo dos grandes heróis do esporte brasileiro. Depois de uma bem sucedida e um tanto turbulenta carreira nas quadras, em que foi um das estrelas da primeira geração vitoriosa do vôlei feminino brasileiro, a controversa atleta foi para os Estados Unidos se dedicar a uma nova modalidade. E foi na praia que essa carioca da Zona Sul conquistou, ao lado da parceira Sandra Pires, a primeira medalha de ouro feminina da história olímpica do país. Depois do feito, Jackie ainda passou algum tempo fora antes de voltar ao Brasil. Hoje, ela se dedica a um projeto social com alunos de uma escola pública na Baixada Fluminense e em breve voltará aos EUA para ensinar vôlei de praia em uma universidade de Miami. A ex-atleta tem 70% do patrimônio investido em imóveis próprios e os 30% restantes aplicados em CDIs.

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