Por leandro.eiro

Rio - Em tempos de discussão sobre igualdade de gêneros, mais homens estão conscientes de que é do casal e não só da mulher a responsabilidade de evitar uma gravidez indesejada. Se houve avanço na teoria, ainda falta atitude da parte masculina na prática. Uma nova pesquisa realizada pela Bayer e pelo Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que, embora 72% dos brasileiros se preocupem com a contracepção, apenas 31% deles sempre usam camisinha nas relações sexuais.

A psicóloga Laura Muller diz que é preciso melhorar a educação sexualDivulgação

O levantamento ouviu 2 mil jovens entre 15 e 25 anos em dez capitais brasileiras, incluindo o Rio de Janeiro. Constatou-se que a possibilidade de uma gestação não planejada é o maior receio dos homens em relação ao sexo: 31% apontaram isso como principal medo, enquanto 34% citaram as doenças sexualmente transmissíveis.

Cerca de 30% das gestações no Brasil não são esperadas pelo casal, segundo dados do Instituto Oswaldo Cruz. Para mudar esse cenário, a ginecologista e obstetra Albertina Takiuti defende que as mulheres devem manter uma postura assertiva e não aceitar que o homem não use preservativo. Além disso, melhorar a educação sexual no país é fundamental para aumentar a participação masculina na contracepção. O estudo revelou que, hoje, a internet é a maior fonte de informação para os rapazes quando eles querem esclarecer dúvidas sobre sexo: 60% deles preferem recorrer à rede a conversar com os pais ou profissionais de saúde, por exemplo.

"Não existe solução milagrosa. Os pais precisam falar sobre sexo em casa, a escola precisa educar os alunos, a sociedade tem que formar o jovem coletivamente para que ele desenvolva senso crítico e faça escolhas conscientes. Cada um tem que fazer a sua parte", ponderou a psicóloga e educadora sexual Laura Muller durante a apresentação da pesquisa em São Paulo, na última terça-feira.

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