Por gabriela.mattos
Rio - Somos um país privilegiado quando o assunto é aquicultura, que é o tratamento do ambiente aquático para criação de peixes, mariscos e afins, devido ao nosso tamanho e riqueza de bacias hidrográficas, com destaque para a Amazônica. E o pescado é considerado um alimento de alto valor nutricional, sendo uma excelente fonte de proteína, vitaminas D e E, ácidos graxos e ômega 3. No entanto, ele é um dos alimentos mais perecíveis, e necessita de manipulação adequada, desde a captura até o consumo ou industrialização.
As preocupações da saúde pública têm sido voltadas à contaminação e deterioração dos alimentos, principalmente por bactérias. Por outro lado, diversos são os perigos de natureza química que podem estar presentes nos pescados. Dentre eles, a histamina transformação da histidina (aminoácido presente na musculatura do peixe) em histamina; um risco à saúde de quem consome o peixe contaminado. Essa transformação ocorre quando se verifica, após a pesca, demora ou deficiência na sua conservação, e nós ficamos vulneráveis a uma intoxicação ao comermos o peixe mal cozido ou cru. Atum, camarão e sardinha são alguns produtos com alta quantidade de histidina.
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Os sintomas causados pelo consumo de alimentos com alto teor de histamina são queda de pressão arterial, coceira, vermelhidão e edema facial, dor de cabeça e diarreia. Nos casos mais graves, podem ocorrer náuseas, ondas de calor e distúrbios respiratórios graves.
A intoxicação histamínica é um problema mundial e ocorre em países em que se consome pescado contendo altos níveis da substância. Evitá-lo é simples, por meio do manuseio e conservação adequados. Em temperatura abaixo de 4ºC, a atividade de formação da histidina e transformação em histamina é praticamente inexistente. O controle da produção da histamina passa pela a manutenção do peixe à baixa temperatura durante a armazenagem, e, além disso, deve-se manter a higiene desde a captura até a mesa do consumidor. Certifique-se da procedência do pescado, armazene corretamente o produto e lembre-se que, como diz o ditado, "o peixe morre pela boca". Desfrute da boa mesa com segurança.
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Dr. Carlos Eduardo, cardiologista