Adolescente morre por suspeita de Dengue HemorrágicaDivulgação/família

Angra dos Reis- Um adolescente de, 14 anos, C.S.O, morador do morro do Santo Antônio, no centro da cidade, pode ter sido a primeira vítima fatal de Dengue Hemorrágica na cidade. Ele morreu no penúltimo dia do ano de 2022. A causa da morte segundo a família foi informada pelo médico que atendeu C. desde a sua internação. A suspeita do profissional pelos sintomas apresentados pelo paciente, foi atestada na certidão de óbito.
O adolescente teve sua vida interrompida por um mosquito transmissor de uma doença, que no estágio mais grave pode matar. A transmissão se dá pela picada do mosquito Aedes aegypti.
Segundo a família, o adolescente teria apresentado muita dor no corpo e um inchaço no braço, depois de ter ajudado a colocar no quintal material de obras comprado pela tia, quem o criava com muito carinho e amor, desde que perdeu a sua mãe. A tia levou C. ao Hospital da Japuíba, ele foi atendido na emergência e medicado com antibiótico e analgésico e voltou pra casa. Três dias depois que estava em tratamento, no seu corpo apareceram manchas vermelhas, parecidas com catapora, não conseguia mais se alimentar , as dores ficaram mais intensas e os rins não estavam mais funcionando como deveriam, ele tinha dificuldade pra urinar, então retornou a unidade e foi diagnosticado com suspeita de Dengue Hemorrágica. O quadro só foi se agravando e em poucos dias foi à óbito. Essa pode ser a primeira morte em Angra por Dengue hemorrágica, forma mais grave da doença, causada pela picada do mosquito Aedes aegypti – transmissor da Dengue, Dengue Hemorrágica, Zika e Chikungunya.
“Muito triste. Meu irmão foi um guerreiro, há um ano venceu a Covid, em seguida a tuberculose e um mosquito levou os sonhos e a alegria de um menino amável por todos que o conheciam. Quem diria que isso poderia acontecer. Até os sintomas de ficar mal tudo bem, mais a morte!” – disse Vitória , irmã de C., ainda desolada assim como todos pela perda precoce do membro da família.

Ela nos concedeu a entrevista para que outras famílias não passem pelo mesmo sofrimento. Enfatizando que a prefeitura tem que investir de forma a intensificar as campanhas de conscientização sobre a doença, colocando equipes para visitar as casas, acabando com os possíveis criadouros, principalmente, nesta época do ano, quando aumentam as suspeitas por conta da proliferação do mosquito. E aqueles imóveis de veraneio que passa quase o ano inteiro fechados, nesta época de férias e verão é mais fácil encontrar alguém e fazer uma varredura. A população faz a sua parte, mas o poder público também tem que fazer muito mais.
Em nota a Secretaria de Saúde, através da Assessoria de Comunicação, informou que está sendo investigada a causa da morte afirmando que não existe resultados laboratoriais que confirmem o quadro de Dengue. (Segue Nota na íntegra):
“ No último dia 29, a Secretaria de Saúde foi notificada a respeito de adolescente de 14 anos, que deu entrada na rede de urgência apresentando febre, dor no corpo e manchas vermelhas - sintomas compatíveis com o quadro de dengue.
O menor veio a óbito na sexta-feira, dia 30/12. A Vigilância em Saúde está realizando a investigação do caso. Até o momento, a causa da morte não foi definida e não existem resultados laboratoriais que confirmem o quadro de dengue. O caso segue sendo investigado.
A Secretaria de Saúde ressalta a importância dos cidadãos intensificarem os cuidados em suas residências com o intuito de eliminar os possíveis criadouros do Aedes aegypti, tendo em vista que o período do verão é o mais propício para a proliferação do mosquito”.
Que fique o alerta. O cuidado em casa é de suma importância para combater o mosquito, não deixar água parada, manter o quintal e caixa d’água limpos, evitar entulhos, pneus e garrafas no quintal, vasos de plantas- substituir água por terra, vasilhas com água de animais domésticos devem ser lavadas diariamente com sabão e a água sempre trocada, geladeira que acumula água no compartimento externo deve ser sempre limpo, valas ainda abertas, esgoto, piscinas abandonadas, ferro velho, tudo que possa ser local de proliferação do mosquito na sua rua, no seu bairro, deve ser eliminado, denunciando e cobrando do poder público solução.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Infectologia, SBI, o Brasil bateu recorde de óbitos de mortes pela doença, 936 óbitos registrados de janeiro a outubro de 2022. Até então, o ano com mais registro foi 2015, de janeiro a dezembro foram 986 mortes.
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