A ação de resgate ocorreu antes do Natal, mas só foi divulgada nesta quarta-feira (17) pelos órgãos envolvidosReprodução/Arquivo Pessoal

Araruama - Uma mulher e as duas filhas foram resgatadas de um sítio em condições análogas à escravidão em Araruama. Segundo a denúncia, a família trabalhava no local há três anos e uma das filhas, atualmente, tem 13 anos de idade.
A ação de resgate ocorreu antes do Natal, mas só foi divulgada nesta quarta-feira (17) pelos órgãos envolvidos. Auditores-fiscais constataram que a adolescente tinha perdido parte de um dos dedos ao manusear uma máquina.
De acordo com o relato, ela foi levada ao hospital, onde recebeu atendimento médico por apenas dois dias antes de retornar à rotina exaustiva de trabalho. A adolescente afirma que ficou com sequelas e dificuldade de segurar objetos.
“Elas estavam trabalhando de segunda a segunda no sítio há cerca de três anos. A mãe nos relatou que trabalhava em troca de comida porque não sabia contar. A família é analfabeta”, disse o auditor-fiscal do Trabalho Márcio Lins Guerra.
Todo o trabalho de roçado da propriedade foi feito pela mãe e as duas filhas, que nunca receberam um salário sequer durante todo o período. Além de cuidar do terreno, a equipe verificou que a família também era responsável por cuidar de cavalos, vacas e galinhas do sítio, trabalhando diariamente do início da manhã ao fim da tarde.
A operação foi realizada por auditores-Fiscais do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho no Rio de Janeiro, o Ministério Público do Trabalho (MPT/RJ) e a participação de oficiais de justiça e representantes de segurança institucional do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ).
“Estamos diante um caso de trabalho escravo e trabalho infantil. A participação da sociedade é fundamental na identificação e denúncia dessas infrações”, comentou o auditor-fiscal Eugênio Santana, coordenador do combate ao trabalho infantil na Superintendência do Trabalho.
*Fonte: G1