Marquinhos de Nicomedes sendo preso Divulgação/PM

Arraial do Cabo - Uma operação conjunta da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Ministério Público Estadual, através do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO), desarticulou nesta terça-feira (18) uma organização criminosa que atuava em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos. A operação, denominada “A Toque de Caixa”, mira um esquema de desvio de verbas públicas através de obras fantasmas, que teriam causado um prejuízo de milhões de reais aos cofres do município.
Marquinhos de Nicomedes - Reprodução/Rede social
Marquinhos de NicomedesReprodução/Rede social
As investigações revelam que a organização era formada por políticos e servidores públicos que se articularam para direcionar recursos públicos para empresas de fachada, pertencentes a Marcos Antonio Ferreira do Nazareth, o Marquinhos de Nicomedes. Nicomedes, que já era conhecido por atuar como traficante internacional de drogas, que já tem passagem pela polícia, e já foi preso no passado pela Polícia Federal, teria se aliado ao ex-prefeito Renatinho Vianna e ao vice, Sérgio Lopes de Oliveira Carvalho, para viabilizar o esquema.
 Empresas de fachada embolsaram R$ 6,5 milhões

As duas empresas de Nicomedes, uma delas em nome de “laranja”, firmaram mais de 30 contratos com a Prefeitura de Arraial do Cabo entre os anos de 2018 e 2020, a maioria nas áreas de Saúde e Educação. Nesses contratos, as empresas receberam mais de R$ 6,5 milhões, a maior parte dos quais “a toque de caixa”, no dia 24 de dezembro de 2020, apenas uma semana antes da posse da nova gestão municipal.

De acordo com a Polícia Civil, os recursos eram desviados através da simulação de obras que nunca foram executadas ou que foram concluídas apenas parcialmente. Um dos exemplos citados é a construção de um posto de saúde em Figueira, onde a empresa de Nicomedes recebeu mais de R$ 1,5 milhão, enquanto apenas 2,5% dos serviços foram realizados. O mesmo modus operandi foi utilizado em outras obras, como a do posto de saúde Hermes Barcellos e do posto de saúde de Figueira.
O esquema causou um grande prejuízo não apenas financeiro, mas também social para a população de Arraial do Cabo, que ficou privada de serviços públicos essenciais como saúde e educação. As obras fantasmas não só deixaram de ser concluídas, como também foram realizadas com péssima qualidade, colocando em risco a saúde da população.

Na ação, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Maricá, Itaperuna, São José de Ubá e Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ao todo, 19 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público, incluindo o ex-prefeito Renatinho Vianna, o ex-vice-prefeito Sérgio Lopes de Oliveira Carvalho, os ex-secretários de Saúde Antonio Carlos de Oliveira (Kafuru) e Paulo Roberto Trípoli Fontes, o ex-secretário de Obras Francisco de Assis Teixeira Soares e diversos ex-servidores. Além disso, a Justiça decretou a prisão preventiva de Marquinhos de Nicomedes e o sequestro de bens dos investigados.
 
 
 
 
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