Curitiba - O ex-ministro José Dirceu deixou a prisão em Curitiba nesta quarta-feira por determinação do Superior Tribunal Federal. Por ordem do juiz Sérgio Moro, o ex-ministro terá que usar tornozeleira eletrônica e não poderá deixar o município de Vinhedo, São Paulo, onde mora. José Dirceu foi condenado a 32 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
José Dirceu deixou o Complexo Médico Penal da Lava Jato, em Curitiba, no Paraná, às 16h10. Ele foi levado por agentes da Polícia Federal para a sede da Justiça Federal em Curitiba, para colocação de tornozeleira eletrônica. O ex-ministro estava preso desde 3 de agosto de 2015 em regime preventivo. Nesse intervalo, ele foi condenado em duas ações penais da Lava Jato.
Na frente da Justiça Federal, um grupo de apoio ao ex- ministro se manifestava. "Consideramos a prisão arbitrária, a nossa Justiça desrespeita a própria Constituição". A pedido da defesa, local onde o ex-ministro chefe da Casa Civil do Governo Lula residirá não será divulgado.
O advogado de defesa de José Dirceu, Roberto Podval, considerou um erro a apresentação da terceira denúncia contra o ex ministro pela força tarefa da Operação Lava Jato. "Eles (procuradores) têm poder e precisam ter esse equilíbrio, consideramos um exagero", disse.
Habeas corpus
Na terça-feira, por três votos a dois, os ministros da Segunda Turma da Corte máxima acolheram pedido de habeas corpus em favor de José Dirceu. Quadro histórico do PT, partido do qual foi fundador e presidente, Dirceu vai permanecer sob vigilância ininterrupta, com tornozeleira eletrônica, por ordem de Moro. O magistrado não decretou prisão domiciliar para o ex-ministro porque isso implicaria em abatimento da pena imposta ao petista.