Mesmo com comitê, Bolsonaro diverge de Pacheco e Queiroga sobre distanciamento social
Enquanto o presidente do Senado e o ministro da Saúde tentaram conscientizar a população da gravidade da pandemia e a necessidade de medidas restritivas, o chefe do Executivo falou contra o isolamento mais uma vez
Durante sua fala, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pediu que aconteça um alinhamento na comunicação dos poderes para uniformizar o discurso do combate à doença.
"É muito importante a comunicação, que haja um alinhamento da comunicação social do governo, da assessoria de imprensa da Presidência da República, no sentido de haver uma uniformização do discurso, de que é necessário se vacinar, usar máscara, higienizar as mãos, necessário o distanciamento social de modo a prevenirmos o aumento da doença no nosso país”, disse.
“Uma sugestão muito rica do senhor ministro da Saúde, de aproveitar o ensejo da Semana Santa, que é um feriado que tende a estimular a aglomeração, que possa o povo brasileiro ter a consciência de que precisa fazer o distanciamento social mesmo no feriado”, acrescentou.
O coro do presidente do Senado foi reforçado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. "Agradecer a citação do Pacheco em relação ao feriado. No feriado não pode haver aglomerações desnecessárias. É importante usar máscara, manter o isolamento. É importante fazer isso. Medidas extremas não são desejadas. Então vamos fazer isso", concluiu.
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Por outro lado, durante seu pronunciamento, Bolsonaro foi contrário a posição do grupo. "Não é ficando em casa que vamos resolver o problema. Essa política continua sendo adotada e o objetivo dela era reduzir a curva de contaminação para que os hospitais se preparassem e as pessoas não ficassem sem atendimento. O governo disponibilizou bilhões de reais para a saúde e é notório que os Estados tiveram resultados superavitários", disse o presidente.
"Nenhuma nação se sustenta por muito tempo com esse tipo de política. E nós queremos realmente é voltar a normalidade o mais rápido possível. Buscando medidas para combater a pandemia, como temos feito com a questão das vacinas", completou.
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Atualmente, o Brasil vive um cenário dramático de pico da covid-19. Nesta terça-feira, o país registrou mais um recorde lamentável com 3.688 óbitos nas últimas 24 horas. Segundo dados do Worldometers, site norte-americano de estatísticas em tempo real, o Brasil tem mais mortes do que outros nove países que mais registraram óbitos no mesmo período.
Ao somar os dados divulgados, EUA (858), Itália (529), Polônia (461), Rússia (409), Índia (355), França (348), Ucrânia (286) e Hungria (274), tiveram 3.520 novas mortes em 24 horas. No mesmo período, o Brasil teve 3.688 mortes, o que representa 34,6% dos óbitos por Covid-19 registrados em todo o mundo.
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