Bolsonaro esteve presente em Açailândia para entrega de 'títulos de propriedade rural' pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
Bolsonaro esteve presente em Açailândia para entrega de 'títulos de propriedade rural' pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma AgráriaDivulgação
Por Marina Cardoso
Em viagem ao Maranhão, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) promoveu aglomeração na entrega de títulos de propriedade rural pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no município de Açailândia. Nesta quinta-feira, o estado confirmou seis casos da variante indiana. Durante o evento, o presidente atacou o governador do estado, Flávio Dino (PCdoB), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No evento, Bolsonaro afirmou suas posições contrárias ao comunismo. "O comunismo não deu certo em lugar nenhum do mundo e não é no Brasil que vai dar certo. Quando se fala em partido comunista, vocês têm que ter aversão a isso e mostrar onde esse regime foi implementado e o que sobrou para o povo. Sobrou a igualdade, mas igualdade na miséria, na desesperança, na fome, na tristeza. Tudo que não presta simboliza ao comunista", afirmou ele. 
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Em seguida, o presidente afirmou que o Maranhão será "libertado da praga do comunismo". A fala seria um posicionamento direto ao chefe do Executivo do estado que é filiado ao Partido Comunista do Brasil.
"Dizer a todos do Maranhão que perderam seus empregos, não foi obra do governo federal. Quem fechou o comércio, obrigou vocês a ficarem em casa e destruíram milhares de empregos foi o governador do seu estado. As medidas adotadas pelo governador não tem comprovação científica, que ele pode oprimir o povo, que ele pode escravizar o povo, defender é 'a ponta da praia'. O governador não quer saber da vida de vocês", esbravejou o presidente.
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O presidente continua com ataques ao governador do estado do Maranhão, crítico do governo federal. "Lá na Coreia do Sul (sic) é uma ditadura e o ditador não é um gordinho? Na Venezuela também é uma ditadura e não é gordinho o ditador? E quem é o gordinho ditador aqui no Maranhão?", afirmou o presidente em meio a gritos de apoiadores.
No discurso, o presidente confundiu a Coreia do Norte, regime comandado por Kim Jong-un, com a Coreia do Sul. Ele chegou a ser corrigido pelo presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, mas não ouviu o alerta. 
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Nas redes sociais, Dino rebateu Bolsonaro, afirmando que não tem tempo para "para molecagens, cercadinhos e passeios com dinheiro público". 
"Bolsonaro anda preocupado com o meu peso, algo bem estranho e dispensável. Tenho ótima saúde física e mental. E estou ocupado com vacinas, pessoas doentes, medidas sociais, coisas sérias. Trabalho muito. Não tenho tempo para molecagens, cercadinhos e passeios com dinheiro público", escreveu Flávio.
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Márcio Jerry, presidente do PCdoB no Maranhão, afirmou que vai enviar uma representação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e à Procuradoria Regional Eleitoral por propaganda política antecipada. "Representarei contra Bolsonaro ao TSE e à Procuradoria Regional Eleitoral uma representação por propaganda eleitoral antecipada e com utilização ilegal de um evento público, portanto utilizando recursos públicos. O que se viu hoje foi Bolsonaro fazendo campanha eleitoral antecipada aqui no Maranhão, usando dinheiro público. Reitero que vamos fazer representação ao Ministério Público.", afirmou ele.
Segundo Jerry, Bolsonaro promoveu um comício fora de época nesta sexta-feira e que foi "bancado ilegalmente com recursos públicos". "Bolsonaro fez hoje em Açailândia nova propaganda eleitoral negativa antecipada. Usando dinheiro público para campanha eleitoral antecipada, o que é absolutamente ilegal. Bolsonaro demonstra ter verdadeira obsessão pelo governador Flávio Dino. Nada faz e tem raiva de Flávio Dino por este fazer tanto pelo Maranhão. Ele mais uma vez revelou o covarde que é ao disparar ataques sem citar os nomes", afirmou. 
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Ao falar do isolamento social, medida duramente criticada pelo presidente e apoiada pelos governadores e prefeitos, Bolsonaro disse que "o homem ou a mulher sem liberdade não vive". 
Em todo o evento e sua passagem pela cidades, o presidente, assim como outras autoridades, não seguiu os protocolos sanitários do estado de utilização da máscara de proteção individual e distanciamento social.
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Lula
O presidente também voltou a atacar Lula. Na quinta-feira, dia 20, o ex-presidente concedeu uma entrevista à revista francesa Paris Match e afirmou que não deixará de disputar as eleições presidenciais de 2022 "se estiver na melhor posição" para concorrer contra Bolsonaro e com uma boa saúde para ocupar o cargo. 
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"Falando em política, para o ano que vem, já tem uma chapa formada. O ladrão candidato a presidente e um vagabundo como vice", disparou.

- Entrega de títulos de propriedade rural no Maranhão - Açailândia. pic.twitter.com/Iljh6fBlVa

— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 21, 2021 ">
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