Deputado Osmar Terra (MDB-RS) presta depoimento à CPI da Covid nesta terça-feiraEdilson Rodrigues/Agência Senado

Por ESTADÃO CONTEÚDO
O deputado federal e ex-ministro Osmar Terra defendeu que fosse "restabelecido" o "direito" de o presidente Jair Bolsonaro "interferir" na estratégia adotada pelos Estados no combate à pandemia. A declaração foi dada em resposta ao senador Rogério Carvalho (PT-SE), que questionou Terra sobre qual medida de enfrentamento à covid-19 adotaria caso fosse presidente da República.
Durante o depoimento à CPI, o deputado tem reforçado sua posição contrária a iniciativas de isolamento social e lockdown, mesmo com a orientação da ciência favorável a essas medidas para conter a transmissão do novo coronavírus. Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) nunca ter proibido o governo federal de formular políticas para enfrentar o vírus, Terra, assim como outros integrantes do Executivo, distorcem a decisão da Corte para dizer que o STF limitou a gestão federal na pandemia.
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Reuniões
Ao ser questionado sobre a frequência de encontros com o presidente Jair Bolsonaro, Terra justificou que as reuniões também serviam para debater questões políticas, como a eleição da Presidência da Câmara dos Deputados. "Presidente tem opinião própria. Vocês estão lidando com um presidente de um País que pensa, tem opinião própria sobre tudo. Ele ouve pessoas", disse o deputado federal. "Se eu fosse tão influente assim, eu estaria em outra situação", continuou.
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A frequência de reuniões entre Osmar Terra e Bolsonaro é comparada ao ritmo de agendas do chefe do Planalto com o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Na CPI, Pazuello citou que se reunia uma vez a cada duas semanas com Bolsonaro e afirmou que as audiências ocorriam "menos do que ele gostaria".