Insônia atinge seis a cada dez mulheres na menopausa, aponta estudo Marcello Casal Jr/Agência Brasil
“Nesse período de pós-menopausa, a gente sente os sintomas decorrentes da queda do estrogênio que é o principal hormônio que as mulheres perdem quando o ovário entra em falência, ou seja, quando chega nesse final da fase reprodutiva”, explica a médica Helena Hachul de Campos, pesquisadora do Instituto do Sono e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
As consequências da falta do hormônio se expressam de forma precoce ou tardia. Quando o ciclo menstrual se interrompe, os sintomas mais conhecidos são ondas de calor, chamadas de fogachos, que atingem 70% das mulheres; as oscilações de humor; e a irritabilidade. Depois de alguns anos sem o estrogênio, aparecem os sintomas tardios, como secura da pele, secura vaginal, deposição da gordura na região abdominal, aumento de colesterol e de risco cardiovascular, facilidade para ganhar peso com a diminuição do metabolismo e alterações no metabolismo ósseo.
Em relação ao sono, a médica explica que ainda na fase de transição é comum que a oscilação do hormônio já cause alguns efeitos. “Deixa a gente muito mais vulnerável a ficar acordando”, aponta. Outros fatores que contribuem para alterações no sono são as idas mais frequentes ao banheiro pela maior flacidez da bexiga.
Estudos do Instituto do Sono apontam ainda que a cada centímetro de circunferência abdominal a mais o risco de surgimento de apneia obstrutiva do sono cresce 5%. “Devido a essas modificações da menopausa, você começa a ter mais gordura abdominal, mais gordura no pescoço e começa a ter apneia”, esclarece Helena.
O que fazer
“A gente tem diversos tipos de tratamento, tem terapia hormonal, terapias alternativas, tem fitoterápicos, não precisa esperar ficar horrível. A gente tem sempre que estar acompanhando todo ano [com as idas ao ginecologistas] e ver o que está aparecendo”, orienta a médica.
Dicas para o sono
Alimentação saudável, horários definidos na rotina, fazer atividade física, não tomar café a partir do final da tarde, ter um ambiente de quarto silencioso e com pouca luminosidade, não ficar olhando o relógio, não fazer refeições pesadas no jantar e evitar o uso do celular na cama são algumas das dicas para ter um sono restaurador.
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