Brasília - O deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor Luis Ricardo Miranda, entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro da Secretaria-Geral da Presidência a República, Onyx Lorenzoni. No documento, os irmãos acusam Lorenzoni de ameaça, calúnia, denunciação caluniosa, comunicação falsa de crime, e coação ilegal no curso do processamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
No pedido de investigação apresentado ao STF, os irmãos Miranda afirmam que Onyx os "ameaçou ostensivamente". "Ao determinar o uso do aparato Estatal (Polícia Federal) para investigá-lo, com total desvio de finalidade e se exasperando, em seu linguajar, em 'acionar' o aparato da CGU para investigar seu irmão (Luis Ricardo Miranda), com a finalidade, por óbvio, de atingir o representante [Luis Miranda], isso tudo misturados com delírios messiânicos citando a Bíblia de maneira histriônica e sem sentido", afirma um trecho do documento.
Em outro trecho da defesa dos irmãos Miranda, o documento diz que Onyx, em rede nacional de comunicações, "usa como um verdadeiro ditador de órgãos de estado, para intimidar (ameaçar) o representante [Luis Miranda], ameaçando de investigação".
Além disso, o pedido de investigação ainda fala sobre o crime de falsificação de documento feita pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência a República. "Não contente, em ameaçar com aparelhamento estatal, [Onyx] imputou contra o representado o 'crime de falsificação de documento, denunciação caluniosa e fraude processual', todos tipificados no Código Penal, portanto, cometendo crime de calúnia", afirmam.
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De acordo com os Miranda, as declarações de Onyx, após eles revelarem irregularidades no Ministério da Saúde, tinham o intuito de obstruir os trabalhos desenvolvidos pela CPI. "Com seus atos, [Onyx] cometeu ainda o crime de denunciação caluniosa, falsa comunicação de crime, coação ilegal no curso do processamento da CPI, [...] tentando, com suas intimidações e ameaças, obstruir o depoimento", concluiu a defesa dos irmãos.
Eles classificam que o possível "crime" cometido pelo ministro deveria ter pena aumentada, já que foi transmitido em rede nacional de comunicações, na presença de várias pessoas. "Logo de rigor a aplicação da causa especial de aumento de pena", dizem.
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Além disso, pedem aumento em 1/3 da pena, tendo em vista que o crime foi cometido no exercício das funções do representante. "Tendo em vista que este é funcionário público [Luis Ricardo Miranda], agente público, no exercício legítimo da atividade parlamentar de fiscalizar os atos do executivo", diz a defesa.
No mês passado, após a divulgação da suspeita de irregularidade na compra da Covaxin, Onyx afirmou durante entrevista coletiva que a Polícia Federal abriria uma investigação contra os dois à Procuradoria Geral da República (PGR) e à Controladoria Geral da União (CGU) e que Miranda iria "pagar" pelas suas afirmações. À época, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência afirmou que houve denunciação caluniosa e fraude processual.
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Os irmãos Miranda afirmaram ter informado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as suspeitas de irregularidades envolvendo as negociações para a compra da Covaxin pelo governo federal.
Produzida por um laboratório na Índia, a vacina é a mais cara negociada pelo governo até agora. Após as suspeitas de corrupção, com intermédio de uma empresa sem relação com a indústria de vacinas, a negociação da Covaxin passou a ser investigada pela CPI da Covid, Ministério Público Federal, Tribunal de Contas da União (TCU) e Polícia Federal.
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