Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz FuxDivulgação

Brasília - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, recebeu o procurador-geral da República, Augusto Aras, para uma reunião nesta sexta-feira (6). O encontro durou cerca de 45 minutos, e ao final, Aras não quis falar com a imprensa. No entanto, posteriormente em nota conjunta ambos afirmaram "reconhecer a importância do diálogo permanente entre as instituições".
O encontro de Aras e Fux acontece após reiterados ataques de Bolsonaro a ministros do Supremo, em especial, ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, e ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No comunicado lido na quinta-feira (5), Fux afirmou que "diálogo eficiente pressupõe compromisso permanente com as próprias palavras" e reforçou que ataques a ministros são ataques a toda a Corte. Bolsonaro, entretanto, disse que nas suas palavras não há nenhum ataque ao Supremo.
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Fux também cancelou uma reunião que seria feita entre os chefes dos três poderes. A reunião era uma tentativa de apaziguar o ambiente, diante dos ataques de Bolsonaro.

Durante a live, o presidente refez críticas ao Judiciário e ao Legislativo. Segundo o presidente, "problemas e ruídos e incompreensões que vem de um lado da Praça dos Três Poderes" atrapalham o trabalho do governo. "Onde dois ou três se arvoram em serem os donos da verdade", completou. Bolsonaro disse que espera para ver onde vai dar o inquérito das fake news, sob o qual passou a ser investigado por ataques às urnas eletrônicas.

Ao relator do processo, o ministro Moraes, o presidente minimizou declarações que havia feito contra ele e disse que não ofendeu a sua honra, mas sim suas decisões. Durante a live, Bolsonaro também disse que convidaria Fux e Barroso para participarem de ato político em São Paulo neste fim de semana.

Sobre atividades do Congresso, Bolsonaro voltou a rebater irregularidades reveladas pela CPI da Covid no Senado e disse que, apesar das denúncias de pedido de propina, o colegiado não conseguiu "descobrir um centavo" desviado pelo governo.