Presidente Jair Bolsonaro (sem partido)Marcos Correa

Brasília - A cúpula da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) da Covid decidiu, durante um almoço nesta quarta-feira, 11, que vai sugerir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por charlatanismo, prática de curandeirismo e divulgação de propaganda enganosa. Somadas, as penas podem chegar a 18 anos de prisão.
O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL) participaram da reunião, que ocorreu durante o intervalo do depoimento do diretor-executivo da farmacêutica Vitamedic, Jailton Batista. A sugestão de indiciamento será incluída no relatório final da comissão, que será enviado ao Ministério Público Federal (MPF). 
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Ivermectina
A decisão ocorre no mesmo dia em que a CPI ouve o empresário Jailton Batista. À comissão, ele confirmou o aumento expressivo da comercialização do medicamento ivermectina, que teve um crescimento de 29 vezes em relação ao ano de 2019. Somente no período de janeiro a maio deste ano, o faturamento da Vitamedic com a ivermectina está em R$ 264 milhões.
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Após confirmar os valores apresentados, Jailton afirmou prontamente que nunca comercializou o medicamento com o Governo Federal. Na sequência, ele também informou ao relator que a empresa comercializa, além de ivermectina, outros medicamentos do “kit covid”, como polivitamínicos, corticóides, antitérmicos e analgésicos.

Ainda segundo o depoente, a expansão de 2.900% no lucro da farmacêutica em 2020 não se refere apenas ao aumento das vendas de ivermectina. “Todos os produtos compõem a formação do lucro, e nós temos cerca de 120 produtos no nosso portfólio. Não só a ivermectina, mas uma série de outros produtos tiveram maior demanda no período e isso compõem o resultado da companhia".