"Não tenho preparo emocional para vivenciar isso. Foi muito assustador. A gente de madrugada, no escuro. O barulho do rio, que estava muito alto. Um medo de morrer de noite, no escuro, sem saber para onde a gente estava indo", contou a empresária em entrevista ao G1.
"A primeira enchente foi 15 dias antes do natal. Nossa casa foi invadida, perdemos algumas coisas, mas nada grave. Só que a gente não esperava que depois do Natal voltasse a encher tanto. Fizemos contenções, botamos coisas para o alto, mas a água subiu muito rápido e não deu tempo de tirar tudo", acrescentou.
Apesar de terem assistido a casa desmoronar no último domingo, 26, ninguém da família de Luciana se feriu, mas as perdas materiais foram grandes: "Não tinha ninguém dentro de casa, graças a Deus. Nós ficamos na casa de vizinhos, vimos tudo a três metros de distância. Viemos para Laje, para abrir uma ótica, começar uma nova vida, e vimos nossa casa ser levada assim. Trouxemos tudo de Salvador, fogão, geladeira, micro-ondas, roupas. Perdi todos os meus livros, eu adoro ler. A água levou tudo, até o botijão de gás".
"É uma situação que eu nem sei dizer o que estou sentindo. Tem horas que parece que eu estou bem, depois eu choro, fico preocupada", lamentou.
Em razão das fortes chuvas que atingem o estado baiano, a casa foi ao chão em questão de minutos. Os vizinhos, que estavam do lado de fora, que perceberam a situação e avisaram aos moradores o que estava acontecendo.
De acordo com a prefeitura de Nova Canaã, técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania foram até o local, retiraram os moradores e levaram as quatro pessoas para um local seguro. Eles estão recebendo suporte material e psicológico.
"A Bahia está devastada e ainda não é possível estipular quando as estradas vão ser recuperadas. Não sabemos a extensão. Vamos ter que olhar, caso a caso, a solução técnica. Em alguns lugares vamos ter que mudar a opção. Uma ponte de 50 metros de largura, por exemplo, que foi levada pela água pode ser um pouco maior, com 70 metros, para facilitar a passagem do rio", adiantou.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.