Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anosTwitter - Gleisi Hoffman
Corpo de tesoureiro do PT morto na própria festa de aniversário será sepultado nesta segunda
Vítima reagiu ao ataque e atirou contra o suspeito
O corpo de Marcelo Aluízio de Arruda, tesoureiro do PT, morto a tiros durante a própria festa de aniversário, foi velado no domingo, 10, em Foz do Iguaçu, no Paraná. A previsão é que o sepultamento seja realizado nesta segunda, 11. O homem foi baleado por um policial penal federal, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), que invadiu o evento. Caso aconteceu no sábado, 09.
A Polícia Civil afirma que apura se o crime foi motivado por um conflito político entre os dois. A festa de 50 anos da vítima tinha como tema o Partido dos Trabalhadores e a pré-candidatura do ex-presidente Lula. O secretário de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, Marcos Antonio Jahnke, lamentou a morte e disse que o crime será investigado. "Pelo que a gente percebeu foi uma intolerância política", disse o secretário.
A Prefeitura de Foz do Iguaçu também divulgou nota de pesar pela morte do servidor, que pertencia aos quadros da Guarda Municipal há 28 anos. O velório de Arruda acontece na tarde deste domingo. "Agradecemos ao Marcelo Arruda por toda a sua dedicação e comprometimento com o Município, o qual nestes 28 anos de funcionalismo público defendeu bravamente, tanto atuando na segurança como na defesa dos servidores municipais. Desejamos à família, aos amigos e colegas de Marcelo força neste momento de dor", publicou o prefeito Chico Brasileiro.
O PT no Paraná também emitiu uma nota lamentando o ocorrido e disse que irá acompanhar as investigações além de prestar assistência à família da vítima. "Cobramos das autoridades de segurança pública medidas efetivas de prevenção e combate à violência política, e alertamos ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade. Iniciativas nesse sentido foram devidamente apontadas pelo PT em várias oportunidades, junto ao Congresso Nacional, o Ministério Público e o Poder Judiciário", disse o partido.
Como o ataque aconteceu
A festa de Marcelo era realizada na Associação Recreativa Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), na cidade paranaense. Segundo testemunhas, o suspeito teria parado o carro na porta da associação onde ocorria a festa — cujo tema era o PT e a campanha de Lula à presidência —, e gritado "Aqui é Bolsonaro" e "mito", além de ameaçar os presentes. Ele estaria acompanhado de uma mulher e uma criança. Um dos convidados, que preferiu não se identificar, disse que o policial penitenciário deixou o local, mas prometeu voltar e "acabar com todo todo mundo".
Com receio de que o agente penitenciário retornasse, Arruda, que era da Guarda Municipal de Foz de Iguaçu, decidiu pegar sua arma no carro. Já no fim da festa, Guaranho retornou sozinho ao salão do clube e fez três disparos contra o petista. Mesmo ferido, ele revidou, atingindo o agressor na cabeça. Ambos foram levados para o Hospital Municipal Padre Germano Lauck. Arruda veio a óbito na madrugada deste domingo, 10. Guaranho segue internado.
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