Bolsonaro na frente da casa do ex-lutador de MMA José AldoReprodução: redes sociais

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), chegou nos Estados Unidos, na noite de sexta-feira, 30, no penúltimo dia como mandatário do Brasil. O chefe do Executivo chegou no Aeroporto internacional de Orlando por volta das 23h. Bolsonaro e sua comitiva foram filmados na frente da casa do ex-lutador de MMA José Aldo. A previsão é que o presidente passe ao menos janeiro hospedado em um condomínio-resort fechado.
Bolsonaro viajou em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). A aeronave decolou às 14h02, fez uma parada no Aeroporto Internacional de Boa Vista (RR) e, depois, seguiu com destino a Orlando. Na quarta-feira, 28, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) confirmou o destacamento de uma equipe do Palácio do Planalto, de apoio e segurança, para acompanhar Bolsonaro e a família durante a estadia nos EUA.
A viagem antes da posse do presidente eleito e diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi premeditada. Além de evitar críticas de apoiadores ao passar a faixa ao adversário que o derrotou nas eleições, o chefe do Executivo foi aconselhado por advogados a deixar o país antes do domingo, 1º, quando perde o foro privilegiado, como revelou a jornalista Natuza Neri.
Após a confirmação de que Bolsonaro havia embarcado para os EUA, Lula, em uma rede social, ironizou a viagem do atual presidente. O petista postou a música "Está na hora do Jair já ir embora", usada por seus apoiadores durante a campanha eleitoral deste ano. Depois, Lula apagou a publicação.
Antes do embarque, Bolsonaro fez um breve balanço de seu mandato numa live. Na "saideira", condenou a tentativa de atentado terrorista à bomba planejada pelo bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, 54. Preso, ele é acusado de deixar um explosivo no dia 24 deste mês, na Estrada Parque Aeroporto, próximo do Aeroporto Internacional de Brasília.
Após atos antidemocráticos, a Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Distrito Federal deflagraram, na quinta-feira, 29, uma operação contra suspeitos de participarem de uma tentativa de invasão à sede da Polícia Federal e atos de vandalismo em Brasília, em 12 de dezembro.
Bolsonaro negou que tenha incentivado as manifestações golpistas na frente dos quartéis generais do Exército ao redor do país, mas citou a "falta de liberdade" no país. Emocionado, reconheceu que foi muito difícil ficar praticamente dois meses calado, após a derrota para Lula e que buscou "dentro das quatro linhas" alternativas para mudar o resultado das urnas, uma referência ao pedido de seu partido, o Partido Liberal (PL), de anular as eleições. 
Faixa presidencial
Com a viagem do presidente Bolsonaro para os Estados Unidos, ele não passará a faixa presidencial para Lula da Silva na cerimônia de posse no domingo, 1º. Com as sinalizações feitas pelo vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) de que também não participará da cerimônia de transmissão da faixa presidencial, o presidente eleito avalia alternativas para a solenidade oficial.
Segundo relatos de dirigentes petistas, a equipe do governo de transição considera que o símbolo da Presidência da República pode ser entregue de três formas diferentes. A primeira delas seria seguindo a hierarquia da Presidência da República, ou seja, que a faixa presidencial seja repassada a Lula por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, ou Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado Federal.
A segunda opção seria que um representante do cerimonial da Presidência da República transportasse o símbolo presidencial e o entregasse ao presidente eleito, que o vestiria na sede do Poder Executivo. A última alternativa seria que a faixa presidencial fosse transportada por um grupo de pessoas que simbolize as diversidades de raça e de gênero da população brasileira.