Cerimônia de recondução ao cargo marca início do segundo mandato de Romeu Zema como governador de Minas, que apoiou Bolsonaro durante as eleiçõesGil Leonardi

Antes que começasse o ritual de posse presidencial em Brasília, 27 governadores assumiram seus cargos pelo país, priorizando, em comum, as promessas de novas obras e antecipando a disposição de entendimento político com a nova equipe do Palácio do Planalto. Pela primeira vez, um estado (Pernambuco) elegeu duas mulheres, como governadora e vice. Também pela primeira vez, um governador (Rio Grande do Sul) leva à cerimônia de posse um companheiro e lhe faz elogios em suas falas.

No Rio, o bolsonarista Cláudio Castro avisou que quer trabalhar em conjunto com o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em estados como Bahia e Ceará, onde o PT venceu, o tema dominante dos empossados, respectivamente Jerônimo Rodrigues e Elmano de Freitas, foram animados elogios à vitória e à posse de Lula em Brasília. No Recife, ao lado da vice, Priscila Krause (Cidadania), a governadora Raquel Lira usou seu primeiro discurso para fazer duras críticas ao PSB que encerrou um ciclo de 16 anos à frente do estado.

Com a segunda maior votação em outubro passado (4,2 milhões de votos), Ratinho Jr. (PSD), assumiu em Curitiba dizendo que entrava em 2023 "muito otimista", garantiu que o Paraná "continuará sendo uma terra de oportunidades" e comemorou a construção da segunda ponte do Estado em Foz do Iguaçu.

Em Porto Alegre, o fato mais comentado na segunda posse do tucano Eduardo Leite foi a presença, ao seu lado, de seu companheiro, o médico capixaba Thalis Bolzan. "Além de amor, tenho por ele respeito e admiração", afirmou, ressaltando que Thalis se dedica a crianças com câncer e causas sociais. Ironizado na campanha pelo rival Onix Lorenzoni, ele disse ter orgulho de ver "a opinião pública unida para condenar a homofobia".

No Rio, mais que a posse o que repercutiu foi a entrevista dada pelo governador reempossado Cláudio de Castro. Filiado ao PL, ele deixou clara a disposição de dialogar com Lula e o PT. "O povo fez sua escolha", advertiu. "Precisamos de ajuda do governo federal na infraestrutura. Será um diálogo baseado em pautas."
Claudio Castro toma posse do governo do RJ - Reprodução: redes sociasi
Claudio Castro toma posse do governo do RJReprodução: redes sociasi


Um dos reempossados mais otimistas do dia foi Romeu Zema, em Minas Gerais, que se elegeu em 2018 apenas com o Novo e agora volta com dez partidos a apoiá-lo, "uma situação muito diferente", admitiu, pois permite levar adiante seu projeto principal, a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, que enfrenta a oposição do forte petismo no estado.

Reeleito em Alagoas, Paulo Dantas (MDB), tomou posse afirmando que "suou para fazer do Estado um lugar melhor para todos", mas "infelizmente o Brasil voltou ao Mapa da Fome". Dantas falou também da valorização das mulheres e do compromisso com indígenas, quilombolas e LGBTQIA.