Luciano Hang, dono das lojas HavanGabriela Biló/Estadão Conteúdo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Luciano Hang tem permissão para retomar o acesso às suas contas no Facebook, TikTok, YouTube e X, que está bloqueado no Brasil, desde que não repita as práticas ilícitas que o levaram a ser investigado pela corte. Ele foi um dos alvos da operação de agosto de 2022 que apurou sobre trocas de mensagens golpistas entre empresários em um grupo de WhatsApp.
A liberação, determinada no último dia 27 de agosto segundo o portal "Itatiaia", também vale para José Koury, dono do shopping Barra World, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. O processo corre sob sigilo.
Na decisão, o ministro escreveu que "no atual momento da investigação, não há necessidade da manutenção dos bloqueios dos diversos perfis de Luciano Hang e José Koury nas redes sociais". Seguidores de Hang, proprietário da rede de lojas Havan, comemoraram seu retorno às redes sociais através dos comentários.
Apesar da liberação, o bloqueio de publicações com "conteúdo ilícito" foi mantido. Ambos os empresários precisarão pagar uma multa diária de R$ 20 mil caso promovam publicações de teor proibido. Também foram suspensos os repasses de receitas obtidas através de monetização de redes sociais.
Relembre as investigações
Em 23 de agosto de 2022, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a oito empresários bolsonaristas. Os alvos foram: Afrânio Barreira Filho, do restaurante Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, do grupo Multiplan; José Koury, dono do shopping Barra World; Luciano Hang, da Havan; Luiz André Tissot, da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii; e Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa.
A operação foi aberta por determinação do ministro Alexandre de Moraes, após o jornal "Metrópoles" ter revelado trocas de mensagens golpistas em um grupo de WhatsApp. Segundo a coluna do jornalista Guilherme Amado, eles teriam conversado abertamente sobre um golpe de Estado em caso de vitória do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Jair Bolsonaro (PL).
Na época, Luciano Hang se manifestou. "Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros. Eu faço parte de um grupo de 250 empresários, de diversas correntes políticas, e cada um tem o seu ponto de vista. Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu NUNCA, em momento algum falei sobre Golpe ou sobre STF", disse.