Brasília - O líder do PT na Câmara, Vicentinho (PT-SP), anunciou nesta quinta-feira os nomes dos parlamentares que integrarão a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras. “Temos um time bom. O melhor goleiro é Marco Maia (PT-RS) e no ataque teremos Sibá Machado (PT-AC)”, disse ao citar os dois deputados titulares.
Os suplentes serão Iriny Lopes (PT-ES) e Afonso Florence (PT-BA). Segundo o líder do PT, na retaguarda estarão ele próprio, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Henrique Fontana (PT-RS). A intenção do PT é que Marco Maia assuma a relatoria da CPMI, mas a decisão ficará a cargo do presidente do colegiado que também ainda será definido. A presidência deve ter um nome indicado pelo PMDB.
Com o anúncio, fica faltando apenas a indicação dos integrantes da base aliada no Senado para que o colegiado seja totalmente formado. Vicentinho evitou falar em nomes entre senadores, mas garantiu que Humberto Costa (PE) e José Pimentel (CE) estão no “banco de reservas”.
Na sessão da última terça-feira, o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), avisou que anunciaria os nomes dos parlamentares que vão compor a CPMI na próxima terça-feira e que o colegiado será instalada na próxima quarta-feira.
Calheiros explicou que os líderes tinham até a meia-noite da última terça-feira para indicar os membros para a comissão. Mas, como a pressão surtiu efeito mesmo que posterior ao prazo definido pelo senador, a escalação do PT está valendo.
Com quórum esvaziado CPI da Petrobras ouve ex-diretor da estatal
Com a presença de apenas três dos 13 titulares - nenhum de oposição, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga irregularidades na Petrobras ouve neste momento o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Acusado de ser o responsável por omitir cláusulas importantes do documento que orientou a aquisição da Refinaria de Pasadena (EUA) que gerou prejuízo à estatal, esta é segunda vez que Cerveró vai ao Congresso para falar sobre a operação.
Aos senadores Cerveró negou que tenha iniciado as conduções pela compra da refinaria de Pasadena. "As negociações não são iniciadas pela diretoria. Essas negociações se iniciam através dos técnicos especializados", disse.
“A compra da refinaria tinha vantagens de localização; de capacidade, que era mais adequada para objetivo da Petrobras; pela possibilidade de ampliação da capacidade da refinaria e também pelo preço”. Segundo o ex-diretor da estastal, Pasadena “é bem localizada pelo acesso que tem a tubulações, em um complexo que tem sete refinarias dividindo o custo da infraestrutura.
Cerveró argumentou que o valor pago pela refinaria foi menor do que o divulgado na mídia e que, no contrato, havia um dispositivo tornando o negócio ainda mais interessante por prever que 70% do petróleo a ser processado teriam de vir da Petrobras. “Esses 70% correspondem a 70 mil barris por dia e correspondia ao que queríamos processar nessa refinaria”, disse.
“Quando se fala em US$ 1,2 bilhões [como o valor total pago pela refinaria], está englobado o valor da refinaria, da comercializadora e dos custo das garantias operacionais e jurídicos embutidos. A refinaria custou na verdade US$ 550 milhões de dólares e processa 100 mil barris por dia a um custo unitário de US$ 5 mil por barril. Na época, em outras refinarias, esse custo estava por volta de US$ 9,5 mil”, explicou.
Além disso, acrescentou Cerveró, há 40 anos não se constrói refinaria nos EUA. “Isso porque é melhor comprar uma e adaptá-la. No Brasil, idade média das refinarias também é 40 anos. Todas projetadas para processar unicamente petróleo leve. Por isso fizemos esse levante, com o objetivo de processar petróleo pesado em Pasadena”, disse.
Em abril, ao participar de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, o executivo disse que a compra da Refinaria de Pasadena não foi um mau negócio e que o empreendimento no Texas perdeu valor quando a estatal redefiniu prioridades e concentrou os investimentos na exploração do pré-sal. “Estamos fazendo análise posterior a uma série de eventos que modificam o cenário”, justificou.
Segundo o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), a CPI da Petrobras do Senado deve aprovar, ainda nesta quinta-feira, requerimentos de convocação de novos depoimentos, entre eles a do ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Costa é investigado por desvio de recursos e lavagem de dinheiro, em associação com o doleiro Alberto Youssef.
A CPI da Petrobras recebeu, na última terça-feira, o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli. Na oportunidade, ele disse que, como a decisão pela compra da refinaria foi tomada de forma colegiada pelo Conselho de Administração da Petrobras, não se pode responsabilizar a presidenta Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia e presidente do conselho, pelo