João Vitor de Souza Mesquita, deu entrada na unidade no último dia 31 de dezembro, com quadro de fraqueza, perda ponderal, cegueira, febre, dores, entre outrosLetycia Rocha (RC24h)
Adolescente com leucemia morre na UPA de Cabo Frio esperando transferência para hospital
João Vitor de Souza Mesquita tinha 15 anos. A decisão judicial exigindo transferência não foi acatada. Prefeitura não se manifestou
Um adolescente de 15 anos, morador do bairro Manoel Corrêa, em Cabo Frio, na Região dos Lagos, morreu no início da tarde desta quarta-feira (4), após quatro dias internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Parque Burle, com quadro de leucemia e à espera de transferência para um hospital de referência.
Segundo o advogado Ramon Folhadella, da ONG Ame Mais e que acompanha o caso, a vítima, João Vitor de Souza Mesquita, deu entrada na unidade no último dia 31 de dezembro, com quadro de fraqueza, perda ponderal, cegueira, febre, dores, entre outros.
A fim de identificar a doença que acometia o jovem, foram realizados diversos procedimentos e constatado quadro de neoplasia hematológica (leucemia) e solicitada a transferência, no mesmo dia, para uma unidade hospitalar de referência para tratamento hematológico e adequado em caráter de urgência. A necessidade foi comprovada em um laudo emitido na terça-feira (3), assinado pelo médico André Gonzaga.
Devido a demora na transferência do garoto, o advogado que representa a família entrou com uma liminar, que teve a tutela de urgência concedida.
De acordo com o documento, a transferência de João Vitor deveria ter sido providenciada até às 6h dessa quarta, em UTI móvel, “com equipe médica bastante, e a consequente transferência para hospital de referência no tratamento de neoplasia hematológica, público ou privado, com início, dentro das primeiras quatro horas da nova internação, dos procedimentos de avaliação e tratamento apontado como adequado após complemento diagnóstico”, o que não aconteceu.
Ainda conforme a decisão da Justiça, o descumprimento da ordem “ensejará multa de R$1.000,00 (mil reais) por hora de descumprimento e possível arresto por meio de bloqueio eletrônico”.
Procurados pela reportagem, o Governo do Estado afirmou que “a referida unidade não se encontra sob gestão estadual”. Já a Prefeitura Municipal não respondeu aos questionamentos até a publicação da matéria.
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