Aeroporto de Cabo FrioLetycia Rocha (RC24h)
Após o Chamamento Público para procedimento de manifestação de interesse, para a realização de estudos técnico, econômico-financeiro, jurídico e ambiental para que subsidiem a modelagem da concessão para a exploração, manutenção e expansão do Aeroporto de Cabo Frio, o trade turístico municipal levantou questionamentos de que edital para a nova concessão está fortalecendo a questão offshore, com voos de helicóptero e deixado de lado os voos comerciais, para turismo e lazer. Por outro lado, o governo afirma que essa já é uma realidade do Aeroporto de Cabo Frio, quem tem, praticamente 80% dos voos de helicóptero.
Durante os estudos para a elaboração do edital, a empresa vencedora do certame para o Chamamento Público – Consórcio Marazul – a Prefeitura afirma que os investimentos para que se tenha voo comercial estão previstos, com a melhoria do terminal de passageiros, mas é necessário que a empresa que assuma seja uma empresa que tenha a expertise com voos offshore, já que, atualmente é a área principal de operação do aeroporto cabo-friense.
O fato tem chamado atenção do trade turístico de Cabo Frio e de empresários, já que há interesse do Consórcio em participar do leilão. Porém, cabe ressaltar, que essa elaboração dos estudos técnicos para a nova concessão do Aeroporto Internacional de Cabo Frio foi feita através de um Chamamento Público aberto a todas as empresas interessadas. Três empresas participaram do Chamamento Público e duas apresentaram estudos técnicos. Na apreciação, ficou escolhido, por maior pontuação, o estudo formulado pelo Consórcio Marazul, que tem a empresa Infra como integrante. Todo o procedimento foi acompanhado, na fase interna, pela Comissão de Concessão do Aeroporto, Procuradoria Geral do Município, Controladoria Geral do Município e o Gabinete do Prefeito, e na fase externa pelo Ministério da Infraestrutura, Secretaria Nacional de Aviação Civil, Advocacia Geral da União e o Tribunal de Contas da União (TCU).
Ainda de acordo com a empresa, os estudos realizados apontaram para a necessidade da construção de um novo terminal de passageiros, já que, pelas características do terminal existente, a ampliação seria “complicada”.
CONSTRUÇÃO DE NOVO TERMINAL DE PASSAGEIROS
O novo terminal de passageiros, previsto durante os estudos realizados no após o Chamamento Público, foi sinalizada a necessidade da construção de um novo terminal de passageiros no Aeroporto de Cabo Frio. A previsão é que o local tenha cerca de 6 mil metros quadrados, quase o triplo do tamanho atual, para proporcionar conforto funcional dos usuários. O terminal será condizente com a movimentação existente e projetada. Os estudos apontam para três fases de projeto.
Toda a infraestrutura necessária cabe ao poder público. Assim como também, além do novo terminal de passageiros, a infraestrutura portuária e da própria cidade em si, alavancando o turismo.
Dentro do projeto aprovado, os maiores investimentos planejados serão, justamente, no Terminal de Passageiros e na infraestrutura voltada para a aviação civil. Pelo cronograma, fica programado o investimento de R$ 43 milhões no Terminal já em 2024, elevando a dimensão da estrutura dos atuais 1.740 metros quadrados para 6.300 metros quadrados. A segunda fase da ampliação está prevista para 2028, com investimento de mais R$ 15 milhões, quando o Terminal chegará a 8.000 metros quadrados. Sendo assim, o valor total aplicado será de R$ 58 milhões nos cinco primeiros anos.
PREFEITURA PROMOVE AUDIÊNCIA PÚBLICA
TRADE TURÍSTICO PEDE QUE REGRA DA ANAC SEJA SEGUIDA
O presidente da Associação de Hotéis de Cabo Frio, Carlos Cunha, comentou que a principal reivindicação do setor é o desejo que o edital siga a regra aplicada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que prioriza a avaliação dos participantes das licitações pelo número de passageiros processados.
Dessa forma, de acordo com Cunha, os empresários defendem, em maioria, que a Prefeitura retire a cláusula que diz respeito que o critério seja a quantidade de helicópteros recebidos.
“Como exemplo, a empresa que hoje opera o Galeão não estaria apta a operar nosso aeroporto”, destacou Carlos Cunha.
O LEILÃO DE CONCESSÃO
Pelas regras do leilão, vencerá a empresa que oferecer o maior valor de outorga, com mínimo estipulado a partir de R$ 11 milhões. O fato de uma empresa ter participado da modelação do edital, como o caso do Consórcio Marazul, não constitui nenhum privilégio para o ganho da licitação.
Além disso, a campeã vai arcar com os investimentos na ordem de R$ 143 milhões no Terminal de Passageiros e na infraestrutura geral, como obras na pista, torre de controle e melhorias na rodovia de acesso ao aeroporto.
O Aeroporto Internacional de Cabo Frio foi inaugurado em 1998 e concedido para gestão da iniciativa privada em 2001. Tem a segunda maior pista de pouso do Estado do Rio, atrás apenas do Galeão, é o maior aeroporto do interior do Estado e atua como ‘hub’ logístico para cargas destinadas à indústria petrolífera.
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