Carnaval Divulgação
Com artistas em alta no cenário nacional, como Poze do Rodo, Cabelinho e Oruam, e ingressos de até R$ 300, o local, que por 20 anos é utilizado como ponto de concentração de blocos gratuitos, neste ano, terá uma característica diferente. Com o cercamento e produção de mega shows, compreende-se que o Carnaval de Cabo Frio foi privatizado.
No início do mês, a prefeitura tinha decidido que não iria arcar com os custos da estrutura para o Carnaval exigida pela ABACCAF. O fato provocou uma enorme tensão, principalmente por conta da pressão feita para que houvesse contribuição financeira do município para os gastos em relação à área.
A situação tomou um novo rumo após uma reunião entre o município e a Associação. Neste encontro, a prefeitura e a ABACCAF chegaram a um meio termo, onde o espaço público foi cedido para beneficiar os empresários, sendo o investimento na área totalmente deles. Por parte do município, foram destinados R$ 2 milhões para a estrutura do Carnaval da cidade, cinco trios elétricos e dois caminhões palcos; cinco pórticos de identificação; três palcos com som, iluminação e gerador, que serão montados na Praia do Forte, Peró e Unamar, em Tamoios; 120 tendas; dois postos médicos avançados, sendo um na Praia do Forte e outro em Tamoios; além de cinco torres de observação para a Polícia Militar.
“Estou vendo gente aplaudir a privatização do espaço público e isso é tão absurdo quanto a própria situação. Por que esses empresários não alugam espaços como os clubes da cidade e o estádio? Mas é muito mais fácil diminuir o espaço do povo. Tem gente que espera o ano inteiro para curtir os blocos e vêm esses empresários e, provavelmente, ‘cidadãos de bem’, para privatizar tudo isso. Tomara que essa palhaçada seja embargada!”, disse uma moradora.
E os comentários não param por aí. Tem muita gente criticando a decisão do governo municipal em liberar a área, afirmando que “o Carnaval em Cabo Frio era muito melhor quando só tinha trio elétrico”.
“Mercenários do Carnaval! Exclusão total! Utilizam verba pública para fazer evento privado, apropriando-se da cultura popular do Carnaval. Estou em Salvador, o maior Carnaval do mundo. Aqui, todos os artistas, famosos ou não, saem de graça para o povão, e todo mundo fatura”, observou outro internauta.
“Um pouco do senso que ainda restava acabou de cair por terra. Não tem como defender uma administração dessas. Vai promover o pior Carnaval de Cabo Frio, assim como no Réveillon”, finalizou um morador.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.