Escola Reprodução/Rede social

Cabo Frio - O período de matrículas, que costuma ser agitado para pais e responsáveis, se tornou motivo de indignação para Andressa Maia, mãe de um menino de 5 anos diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo a mãe, a Escola Maria Flor, localizada no bairro Palmeiras, em Cabo Frio, teria ignorado seus contatos após ela informar sobre a condição do filho.

Andressa relatou, em um vídeo publicado nas redes sociais nesta terça-feira (3), que, inicialmente, foi bem recebida pela instituição e realizou uma visita ao local, acompanhada do filho. “Fui super bem atendida, gostei da escola, gostei da forma como eles trabalham e demonstrei interesse em fazer a matrícula”, afirmou. Ela explicou que foi informada de que as matrículas seriam abertas no final de novembro, após o período de renovação de alunos já matriculados.

No entanto, ao tentar contato novamente dentro do prazo indicado, Andressa relatou que suas mensagens não foram respondidas. “Entrei em contato várias vezes e falei: vocês não vão me responder? Já entendi que não era interessante para a escola matricular o meu filho”, desabafou.
Conversas - Reprodução/Rede social
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Para testar a situação, Andressa pediu que sua irmã entrasse em contato com a escola. “Ela mandou mensagem e foi respondida em poucos minutos. Responderam dizendo: ‘Sim, estamos fazendo matrículas, vamos agendar uma visita’. Na verdade, a matrícula só não estava aberta pra mim”, declarou.

No desabafo, Andressa criticou o que chamou de hipocrisia da escola. “Na teoria, tudo é muito bonito, mas na prática não é bem assim que funciona. Falam de inclusão, mas desde que seu filho não tenha nenhum problema que possa ‘atrapalhar’ o andamento da escola”, afirmou. Vale pontuar que a escola Montessori segue um método educacional focado na autonomia e no desenvolvimento integral da criança. Nesse modelo, o aprendizado ocorre em um ambiente preparado, com materiais específicos que estimulam a curiosidade e a autoconfiança. As crianças têm liberdade para escolher atividades que despertem seu interesse, respeitando seu próprio ritmo de desenvolvimento, enquanto os professores atuam como guias, oferecendo suporte e observando as necessidades individuais.

Após a repercussão, a escola entrou em contato com Andressa convidando-a para uma reunião. No entanto, a mãe recusou o convite, afirmando: “Agora, pra limpar a barra deles, vão falar que foi um mal-entendido. Não vou colocar meu filho lá, mesmo que disponibilizem a vaga.”

Andressa também disse que encontrou outros relatos semelhantes sobre a escola ao pesquisar na internet. “Vi que outras mães reclamaram, dizendo que os filhos sofreram bullying por serem autistas e a escola não fez nada.”

Em nota, a escola negou as acusações e afirmou que “a Maria Flor Escola Montessoriana sempre prezou pelo atendimento a todas as famílias, respeitando a diversidade. Temos uma política clara de renovação e matrícula, que prioriza alunos já matriculados. Nenhuma nova vaga foi disponibilizada antes da conclusão do período de renovação.”

Já a mãe encerrou o desabafo afirmando que situações como essa mostram como “a inclusão, muitas vezes, só acontece na teoria”.

Veja a nota na íntegra:

“Temos absoluta garantia de que as acusações são infundadas. Embora compreendamos que as famílias de crianças neuroatípicas passam por situações que justificam a indignação dessa mãe. Por essa razão, nos colocamos inteiramente à disposição tanto para família quanto para os propósitos de uma reportagem séria e respeitosa.

Seguem nossos esclarecimentos:

Tendo em vista as recentes postagens em redes sociais sobre a postura da escola em relação a matrículas novas de alunos, esclarecemos que:

1 – A Maria Flor Escola Montessoriana sempre presou pelo atendimento a todas as famílias e suas diversidades sem nenhuma forma de discriminação e sempre mantivemos nossa política de educação inclusiva, de acordo com o que apresenta a pedagogia montessoriana;
2 – Por nos mantermos fieis aos pressupostos da educação montessoriana, a Maria Flor atende a um limitado número de alunos por agrupada a fim de garantir o desenvolvimento do método e respeitar o trabalho dos professores;
3 – A política de matrícula da unidade escolar, registrada em nosso regimento escolar, atende com prioridade os alunos já matriculados na escola, preservando o tempo de renovação dos mesmos, conforme informado a toda comunidade escolar;
4 – Ao longo de todo o ano letivo, todos que solicitam, são atendidos em visita escolar, sendo recebidos pela equipe e apresentados ao espaço físico e à filosofia da escola, sem distinção de qualquer forma e mesmo que, a princípio, não haja vagas disponíveis para matrículas novas, fato informado aos visitantes;
5 – Cada solicitação de nova matrícula é colocada numa lista de espera que será acionada tão logo sejam encerradas as renovações de matrícula e haja vagas disponíveis para serem preenchidas;
6 – Após as renovações durante o mês de novembro, iniciamos as matrículas novas e NENHUMA matrícula nova foi efetuada antes na agrupada III, pois aguardávamos o posicionamento dos responsáveis pelos atuais alunos que, caso se consolidassem, não deixariam espaço para novas vagas.
Assim, esclarecemos que, ao contrário do que foi divulgado, a Maria Flor Escola Montessoriana não negou nenhuma vaga a aluno novo para esta agrupada e sob qualquer circunstância o faríamos, como pode ser comprovado em nossos documentos de matrícula. Estamos cientes das dificuldades das famílias em serem atendidas, principalmente quando as crianças possuem laudos e nos solidarizamos com todas, buscando atendê-las com o respeito, a seriedade e a dedicação que cada uma merece. Nossa escola coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos às famílias”.