Alcemir Pascoutto afirma que o lixo jogado nas ruas contribui para entupimento de bueiros e alagamentos de ruas Foto César Ferreira/Secom

Campos – Apesar de o elevado volume de chuvas do início de semana ter sido apontado como principal responsável pelo alagamento, em grande proporção, de ruas até no centro da cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), o entupimento de galerias, provocado por grande acúmulo de lixos, é apontado como fator agravante.
A prática nociva também teria contribuído para o afundamento da adutora que gerou o desabamento de parte do dique do Rio Paraíba, segunda-feira (19) à noite, na Avenida XV de Novembro: “a adutora não suportou o volume de água e nem o de lixo dentro do bueiro da galeria”, aponta o prefeito Wladimir Garotinho, com base em avaliação técnica preliminar; ele apela à população que não jogue lixo na rua.
O secretário de Defesa Civil, Coronel Alcemir Pascoutto, concorda; “nesta terça-feira, somente na região do Mercado Municipal, na limpeza de bueiros e galerias que as equipes da prefeitura realizou, foram recolhidas vinte toneladas de lixo urbano, sendo necessários dois caminhões para transportar; entre o material estavam garrafas peti, latas de refrigerantes e cervejas”.
As secretarias de Meio Ambiente e de Agricultura, em conjunto, têm realizado ações preventivas, limpando valas e canais de drenagem de águas pluviais; a Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) também participam; segundo o vice-prefeito, Frederico Paes, tem dado resultado.
"Não queremos minimizar os problemas, mas é preciso destacar que não se tem registro de uma chuva dessa em Campos”, observa Frederico, apontando: “vários pontos da cidade foram alagados, mas foi um volume imenso de água que escoou em três, quatro horas. E isso graças a um trabalho de limpeza de 150 quilômetros de canais que vem sendo realizada há seis meses, em parceria”.
O vice-prefeito explica que 90% da água de chuva da área urbana são drenada pelos canais da Baixada Campista para o mar e não para o Paraíba: “então, esse trabalho também tem surtido efeito em casos de chuvas fortes e volumosas", assinala.
Desde a madrugada desta quarta-feira a chuva cessou; mas, a Defesa Civil contabiliza o número de atendimentos durante o período crítico de segunda-feira e ontem: foram cerca de 80 chamadas na cidade e no interior, sendo prestadas assistências sociais e operacionais.
Pascoutto detalha que, em alguns locais, houve necessidade da instalação de moto bombas de drenagem, principalmente na região serrana do Imbé, em cinco bairros da cidade, na localidade de Ponta Grossa dos Fidalgos e no distrito de Tocos, na Baixada Campista. “A prefeitura mantém equipes trabalhando no regime de plantão 24 horas; no distrito de Tocos, estão instaladas duas moto bombas de drenagem e realizamos monitoramento permanente da situação das águas”, informa o secretário.
Na localidade de Ponta Grossa dos Fidalgos, no mesmo distrito, duas famílias que tiveram suas moradias afetadas pelas águas foram alocadas em casas de familiares: “na região do Imbé, devido ao transbordamento do Rio Mocotó, 17 famílias foram atendidas pela Defesa Civil”, conclui.