Carla Tavares destacou que o incêndio foi motivado por vingança, confessada pela autora Foto Divulgação

Campos – Em ação integrada das polícias civis de Campos dos Goytacazes (RJ) e do Espírito Santo, coordenado pela titular da 134ª Delegacia do Centro, Carla Tavares, a responsável por incêndio criminoso ocorrido em uma loja no Campos Shopping (de Késia Monteiro), na último dia quatro, foi presa no final da tarde dessa segunda-feira (10).
Trata-se de Dayanna Gomes, de 33 anos, que após ter ateado fogo em uma loja instalada no shopping, no centro de Campos, se refugiou na cidade de Serra. Ela diz que pretendeu se vingar da vítima, apontada como “amante do seu marido”. Ao descer do carro da polícia, na 134 DP, a criminosa falou friamente: "Faria tudo de novo”.
Dayana afirmou ainda que não estava armada; mas declarou: “Se eu estivesse, daria um tiro na cara dela (Késia). Só peço perdão às pessoas que foram atingidas pelo fogo e que não tiveram nada a ver com o caso". A alegação é que “a loja foi montada com o dinheiro do marido”.
“Estou consciente dos meus atos e vou pagar pelo que fiz". Durante coletiva, Carla Tavares pontuou que a “incendiária” estará respondendo pelo crime de incêndio e por tentativa de homicídio contra quatro pessoas; uma delas um idoso de 78 anos que inalou fumaça e está internado em estado grave. Três outras pessoas sofreram queimaduras leves.
Ainda não estão contabilizados os prejuízos de outras lojas próximas do ocorrido (onde houve também explosão) e do próprio shopping. O caso ganhou repercussão em nível nacional, tendo a delegada concluída as investigações em tempo considerado surpreendente. “O crime foi motivado por vingança”, ratificou Carla Tavares à imprensa.
INAFIANÇÁVEL - A delegada concluiu que Dayanna queria se vingar da dona da loja: “O crime foi motivado por vingança; mas não é possível afirmar que a intenção de Dayanna era somente causar danos materiais, pois, a partir do momento em que ela ateia fogo em uma loja dentro de um shopping, ela assume a responsabilidade de ferir e até matar todos que estavam ali", observou.
O incêndio foi classificado como de grandes proporções. Segundo a delegada, a acusada nunca tinha sido presa: “Ela utilizou gasolina para incendiar a loja. Após o crime, ela fugiu e, durante sua saída do shopping, foi se comunicando com as pessoas do local e informando que uma loja tinha havia sido incendiada”.
"Desta forma, Dayanna se fez passar por cliente e se isentou da responsabilidade para conseguir fugir e não ser presa”, salientou Carla Tavares acrescentando: “Ao sair do shopping, ela conta que foi para casa, colocou fogo na roupa que usava para ocultar provas e fugiu para a casa da mãe no Espírito Santo".
“A explosão atingiu mais seis ou sete lojas. A autora será autuada pelos crimes de incêndio e tentativa de homicídio contra quatro pessoas. Além do incêndio não ser afiançável, crime contra a vida não é afiançável; ela será enquadrada nos artigos 121 e 250. Está sendo levada para o presídio feminino Nilza da Silva Santos, onde aguardará a audiência de custódia”.