Chapa Geane Vincler/Neriete Navarro pode ter votos invalidados, embora não haja denúncia contra a vice Foto Divulgação

Cardoso Moreira – Abuso de poder político e captação ilícita de votos, podem levar a prefeita de Cardoso Moreira (RJ), Geane Vincler, a não assumir, caso seja reeleita no próximo domingo. Ação de Investigação proposta pelo Ministério Público da 141ª Zona Eleitoral (que abrange os municípios de Cardoso e Italva) é baseada em denúncias anônimas.
O promotor titular, Marcelo Alvarenga Faria, diz que o MP já investigou e tem material suficiente para que a prefeita seja incriminada. No entanto, através de nota, Geane afirma que é vítima de ataques à sua honra e desqualifica as provas apresentadas contra ela classificando-as como “montagem utilizando inteligência artificial”.
Marcelo Alvarenga reforça a conclusão de que áudios, fotos e vídeos mostram fortes indícios de que os crimes foram praticados: “O Ministério Público recebeu o material, investigou e propôs a ação. Cabe à parte denunciada provar que, como alega, que as provas são inverídicas. Tudo será periciado pela Justiça”.
De acordo com a ação, Geane Vincler teria utilizado a máquina pública para distribuir bens de primeira necessidade (e até cadeiras de rodas) em comunidades carentes, em troca de apoio eleitoral. Marcelo Alvarenga ressalva que a ação não influencia no pleito de domingo: “Mas, se o resultado for favorável à prefeita, ela poderá ter registro e diploma cassados”.
CONTRA A CHAPA - Caso as irregularidades sejam confirmadas, o promotor relata que os votos recebidos pela chapa encabeçada por Geane Vincler (tendo Neriete Navarro na vice) podem ser anulados; há risco, inclusive, de a prefeita perder o mandato, embora restando apenas cerca de três meses para o término. O MPE também pede a inelegibilidade da prefeita por oito anos. “Mesmo nada havendo contra a vice, a beneficiada com o abuso de poder político é a chapa”, resume a autoridade.
Em nova manifestação, por meio de áudio, Geane se coloca como vítima de terrorismo eleitoral: “Infelizmente, nosso adversário, por não ter votos e nem um plano concreto para o futuro de Cardoso Moreira, escolheu usar como tática o conhecido ‘tapetão’. O Ministério Público (...) recebeu uma série de denúncias, as quais nós já tínhamos conhecimento e a ação não causa surpresa, sendo inclusive prevista pelo nosso corpo jurídico”.
A prefeita reitera que todas as acusações são falsas: “Isso será provado na justiça. Estamos tranqüilos... Temos a plena convicção que não cometemos nenhum ato ilícito e o processo será julgado improcedente... As fake news serão desmascaradas na urna no dia seis de outubro”. A ação, por abuso de poder político, foi proposta nessa terça-feira (1).