Thiago Barbosa explica que as medidas já vinham sendo estudadas bem antes da eleição Foto Divulgação
Governo municipal demite em massa e alega corte de gastos providencial
Medida gera surpresa, por ter sido tomada, efetivamente, cerca de duas semanas após a eleição
Cardoso Moreira – Cerca de duas semanas após se reeleger com 7.262 votos válidos, 68,33% dos 10. 988 eleitores que foram às urnas no último dia seis, a prefeita de Cardoso Moreira (RJ), Geane Vincler (União Brasil), inicia processo de corte de gastos, com foco na próxima administração. Além de serviços, o quadro de servidores é reduzido e a alegação é “pelo bem do cidadão”.
Mais de 300 servidores, incluindo terceirizados e comissionados, teriam sido demitidos. A repercussão é de estranheza, pelo fato de as decisões só terem sido tomadas depois das eleições. Embora haja sensação de “surpresa e revolta”, o governo alega que as medidas já estavam previstas e algumas já vinham sendo adotadas; o quadro de cargos de confiança também deverá ser reduzido.
Segundo o secretário de Comunicação, Thiago Ferreira Barbosa, além da redução de pessoal, também houve corte de contratos: “São medidas que já vinham sendo avaliadas, para equilibrar as contas devido às quedas de receitas e nos repasses dos governos federal e estadual. Todas as decisões administrativas tomadas são com o objetivo de equilibrar as contas públicas”.
Barbosa argumenta que antes da eleição foram tomadas algumas medidas de corte de gastos, mas o governo tentou não cortar pessoas: “A ideia era continuar sem cortar ninguém; porém, a previsão de queda contínua nas receitas inviabilizou”. No entanto, o secretário afirma que não foram medidas aleatórias: “Houve estudos, para que as medidas não prejudiquem o atendimento à população”.
O secretário não tem informação exata sobre números nem setores mais afetados pelos cortes: “Apesar do impacto com características negativas junto à opinião pública, foi uma posição responsável, a fim de manter a oferta de serviços públicos de qualidade a todos os cidadãos cardosenses. Manter o compromisso com a população depende da saúde financeira do município”, enfatiza.
A diferença da votação de Geane Vincler (7.262) para a soma dos votos obtidos pelo segundo colocado e único concorrente, Renatinho Medeiros (3.366) e brancos nulos (360) foi 3.720. Matematicamente, considerando a média de cinco pessoas por família de cada demitido dos cerca de 300, seriam 1.500 votos; o que, na opinião de Thiago, não teve influência decisiva na reeleição da prefeita.
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