Somos “instrumentos” para que muitas coisas possam vir à manifestação. Isso acontece de modo simples e sutil.
Por exemplo, às vezes temos algum projeto e ele se desenrola naturalmente, tudo acontecendo de maneira harmônica, como uma música bem tocada e talhada para o sucesso.
Mas inicialmente achamos que somos nós os “criadores” de tudo, que aquela ideia é só nossa, ou seja: somos o centro do universo.
Esse projeto pode durar meses ou anos. Entretanto, chega uma hora em que percebemos que a vitalidade que nos movia já não pulsa tão ardentemente quanto antes pulsava. O fluxo dos acontecimentos não é mais natural, a inspiração já não chega tão amiúde para indicar o próximo passo a ser dado.
Algo então mudou. O que fazer: insistir ou dar uma pausa? 
Vamos nos dando conta de que o projeto inicial deu o que tinha que dar. E nos questionamos: existem ainda alternativas no mesmo campo ou chegou a hora de exercitar o desapego para que algo novo possa entrar no circuito?
Parece que na vida em geral as coisas se passam mais ou menos assim, tudo se movimentando permanentemente na eterna impermanência do viver.
Nesse momento decisivo devemos parar e nos perguntar: na forma de que instrumento a vida quer me utilizar agora, para que eu entre na orquestra harmônica da humanidade?
Se eu estiver tocando o instrumento certo, entrarei em sintonia com a harmonia do Todo e assim poderei tocar qualquer “projeto”: como pescador, gari, um PHD... o que eu quiser ser, porque estarei ocupando o meu lugar, o lugar que é só meu de direito.
A propósito: o lugar que você está ocupando agora é o seu?