O livro “Os Místicos do Islã” – Ed. Madras – tem sido reconhecido como um clássico e uma introdução à mensagem do Sufismo. Nesta obra, Reynold A. Nicholson mostra que o Sufismo é o coração da tradição islâmica e uma fonte constante de iluminação espiritual. Para nossa coluna de hoje, destaquei um trecho de autoria do mestre sufi Ibn al-Arabi (1165-1240 A.D.), cujas mensagens aparecem também na série turca Ertugrul, da Netflix: “Os que adoram a Deus no sol o contemplam no sol e os que O adoram nas coisas vivas veem uma coisa viva, e os que O adoram em coisas inanimadas veem uma coisa inanimada, e os que O adoram como um Ser único e sem paralelo veem algo sem igual.”
Ele continua: “Não se prenda a nenhum credo particular, para que você desacredite de todo o resto; dessa maneira você perderá muito, e além disso falhará em reconhecer a verdade real do assunto. Deus, o onipresente e onipotente, não é limitado pelo credo de ninguém, pois Ele diz (Alc. 2.109): ‘Para onde quer que te voltes, há a face de Alá’. Cada um glorifica o que acredita; seu deus é sua própria criatura e adorando-o ele adora a si mesmo. Consequentemente, ele culpa as crenças dos outros, o que ele não faria se fosse justo, mas sua antipatia está baseada na ignorância.
Se conhecesse a frase de Junayd (místico persa, 830-910 A.D.), ‘A água toma a cor do recipiente que a contém’, ele não interferiria nas crenças de outros homens, mas perceberia Deus em cada forma de crença.” Em um mundo cada vez mais polarizado, o exercício da paciência e da tolerância deve ser cultivado diariamente. A prática do amor incondicional precisa ser tentada. Que nos inspirem ensinamentos como este, também de Ibn Arabi: “Sigo a religião do Amor, não importa que caminho tomem seus camelos. Minha religião e minha fé são a verdadeira religião.” Paz e progresso a todos os seres!
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