Arte coluna Bispo 29 janeiro 2023Arte Paulo Esper

Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. (Mateus 5.13).  Oferecendo um ensinamento prático, Jesus, ao afirmar que somos sal da terra, estava discorrendo que precisamos "temperar" o ambiente no qual estamos inseridos. O sal é um componente imprescindível na culinária. Entre as suas múltiplas utilidades está em conservar os alimentos. Ainda podemos dizer que o sal atua como um conservante natural, impedindo o apodrecimento dos mantimentos.

Sob esse prisma, pode se dizer que assim como o sal atual como um conservante natural, nós também temos que conservar nossas vidas desta mentalidade do mundo e sua enxurrada de imoralidade, aceita por grande parte da sociedade. Cabe lembrar que como sal da terra não podemos nos conformar com esse mundo.

Lembrando que, conformar aqui, constitui em aceitar a forma que mundo apresenta as suas verdades. O apóstolo Paulo em um de seus textos ressalta: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus". (Rm 12.2)

Se bem observado podemos dizer que o apóstolo Paulo apresenta essa observação ao tratar acerca de como deve ser a intimidade dos redimidos com Aquele que os redimiu.  Nunca é demais lembrar que fomos designados como sal da terra por Cristo, desse modo cabe ao crente produzir sabor a todos que estão à sua volta. Assim uma importante questão salta os olhos: como sal devemos dar sabor à vida de outras pessoas, refletindo o amor e o poder de Jesus com as nossas ações de santidade, vivendo de acordo com a Palavra de Deus e sendo referência para muitas pessoas do nosso convívio.

Entretanto, uma coisa que não podemos esquecer é que Jesus não descreve que devemos ser sal. Ele pronuncia que somos sal. Então, Jesus ao proferir que os discípulos são o sal da terra, encontramos largamente difundido no texto a ideia de que papel relevante do cristão é ter uma atuação diferente do mundo e oferecer por meio do Evangelho um novo sabor e sensatez à vida daqueles que estão amargurados e que não encontram saída para os suas dificuldades e dores.

Assim, o crente deve possuir uma palavra diferenciada aos que estão à sua volta. Ademais não podemos esquecer que os cristãos dão gosto ao mundo quando vivem em paz uns com os outros, como nos ensina o próprio Jesus (Mc 9.50). Desse modo, devemos partir do princípio de que nenhuma expressão imoral deve sair dos nossos lábios, pois somos o sal da terra (C1 4.6).

Desta forma, somos levados a compreender facilmente que o Mestre fez uso desta metáfora do sal para nos ensinar que, como crentes, devemos oferecer uma palavra que deve ser sempre deleitosa e temperada, para que os de fora vejam em nós que o sal na nossa vida é o sinal de nossa aliança com Deus.

Nosso discurso neste ponto fretará em fazer outra observação sobre a utilidade do sal. Assim, cabe lembrar que o sal arde na ferida, por isso nos parece justo dizer que o crente muitas vezes, assim como o sal, precisa penetrar nas feridas humanas das pessoas, trazendo ardor aos seus corações pela revelação acerca da gravidade do pecado e desejo de ser purificado pelo sangue de Jesus.

Contudo, o que não podemos esquecer é que o crente para dar sabor neste mundo é necessário que ele ore e tenha desejo em meditar na Palavra de Deus. Cabe lembrar que salgamos o mundo quando nos tornamos proclamadores do Evangelho. Afinal o crente que anda segundo a Palavra de Deus leva as pessoas a Cristo, mesmo vivendo em uma sociedade arruinada pelo pecado.

Idealize como seria a vida do ser humano sem o tempero dos crentes sobre a face da terra? Seria uma vida sem graça, sem gosto com toda a sua podridão moral, se não fosse a presença da igreja de Cristo sobre a terra. Por isso, a igreja carece de crentes verdadeiros, santos, honrados e que testemunhem ousadamente de Jesus para que todos possam provar o sabor da beleza do Evangelho (Lc 14.34-35).

Gostaria de concluir dizendo que, como sal da terra, o nosso culto não pode ser insosso, nossa adoração precisa possuir graça. Pois, precisamos proporcionar um tempero ao mundo onde o pecado impera. Assim, cabe aos discípulos de Cristo conservarem-se até o fim puros e incontaminados com as coisas desde mundo. Lembre-se do exemplo de Jesus que, como sal da terra, manteve sua missão transformadora. Mesmo estando ao lado de pecadores, Ele não se deixou influenciar, mas inspirava e influenciava àqueles que estavam em Seu entorno. O Mestre é o nosso maior exemplo a ser seguido.


ORAÇÃO
Nossa oração de hoje é para que o Senhor nos guarde, para não perdermos o sabor de Cristo em nossas vidas.
Bispo Abner Ferreira