
Eu acho que essa ambiguidade acompanha a todos, não tem como agradar todo mundo, eu mesma nem tento.
Acho difícil para a mulher assumir a sua sexualidade e não ser julgada por isso. É algo inerente de ser famoso ou não. Quantas vezes caras famosos falam sobre isso e é tratado com naturalidade? É diferente quando uma mulher fala. A sexualidade da mulher só é aceita se ela desperta desejo, não se ela é a pessoa que deseja. Para mim, nunca foi uma dificuldade. Falo sobre assuntos que gosto, que quero discutir e que acho importante.
(Gargalhadas) É engraçado porque eu estava falando muito sobre isso recentemente com os meus amigos. Eu estou louca pra fazer 40 anos. Eu acho que é muito sexy falar: "tenho quarenta anos", então estou tranquila de fazer 38.
Na verdade, todos os relacionamentos mesmo que tive, eu assumi. Não tenho problema com isso. É que ultimamente não tenho saído tanto mesmo (risos). Estou em um momento no qual se vou ter um relacionamento, que seja com uma pessoa que vai agregar, um cara companheiro, que não seja tóxico e por aí vai. Mas não acho uma obrigação minha assumir também, seja o casual ou algo mais sério. Ninguém tem nada a ver com isso.
Sim, eu já sofri assédio. Toda mulher já sofreu algum tipo de assédio, infelizmente. Sempre existe aquela pessoa que se sente no direito de ser mais invasiva, um cara que vem pedir uma foto e vem com uma mão boba também. A questão é que eu ocupo um lugar de privilégio no qual, além de ser muito direta e me impor, tenho uma equipe que está sempre comigo e que me protege de certa forma, então acaba não sendo tão intenso.
Não.
Eu tinha muito medo de palco antes e várias inseguranças. Acabei que tive destaque no meio artístico como atriz e no Brasil é complicado depois que você tem destaque em uma vertente se lançar em outras, então durante muito tempo tive medo dessas críticas. Quando percebi que o único empecilho em realizar algo que eu amava era eu mesma, decidi enfrentar isso. E foi uma libertação. Encontrei pessoas que acreditam em mim, que estão ali para o que der e vier e me ajudam a realizar esse sonho. Todos os meus amigos próximos e familiares diziam a mesma coisa para mim a respeito da música, que eu tinha que fazer algo no ramo. Eu também achava (risos). Só faltava coragem.
Claro que sim, mas tenho muito orgulho da minha mãe e admiro muito o dom artístico que ela tem para me incomodar com isso. A comparação sempre vai existir, mas acho que hoje em dia é mais leve, porque já entenderam que o meu caminho é diferente.
Ah, com certeza, todo mundo tem arrependimentos. Já me arrependi muito de ter tido atitudes tóxicas com outras pessoas, de ter julgado outras mulheres, até porque ninguém nasce desconstruído. São coisas que hoje eu paro muito para refletir antes de tomar uma atitude.
Já e infelizmente é ainda uma pressão muito atual para a mulher. O importante é entendermos o que queremos e identificar se isso é um desejo nosso ou externo. Cortar esse tipo de pressão é quase que constante, porque é sempre colocado como algo que devemos almejar, mas quando estamos de bem com as nossas escolhas e quando faz sentido para nós, que é o que realmente importa, fica mais fácil.
Olha, para ser sincera eu já nem tento mais deixar com que isso me abale. Eu não procuro tanto as notícias ou comentários ruins, procuro focar no positivo. Tenho feito esse filtro de uns tempos para cá e tem sido bom para mim. Mas se fosse para escolher, não gosto quando inventam mentiras, acho que ninguém gosta.
Olha, eu confesso que não sou uma chef na cozinha (risos), mas sei sobreviver. No geral, na minha casa, tenho ajuda porque não fico muito parada, é uma agenda louca e manter tudo sozinha é complicado.