Amanhã, com o Domingo de Ramos, damos início à Semana Santa, momento ápice da fé católica. Na missa, recordaremos os passos da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Muitos foram os sofrimentos de Jesus e, sempre que ouvimos a narração da paixão, nos penetram na alma.
"Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?" é a invocação pronunciada por Jesus na cruz que nos conduz ao coração da paixão de Cristo, ao ponto culminante dos sofrimentos que padeceu para nos salvar.
Na Bíblia, o verbo "abandonar" é forte, aparece em momentos de extrema dor. E, no auge, Ele –
Filho unigênito e predileto – experimentou a situação mais estranha no seu caso: o abandono, a distância de Deus. E porque foi tão longe? Por nós, não há outra resposta.
Filho unigênito e predileto – experimentou a situação mais estranha no seu caso: o abandono, a distância de Deus. E porque foi tão longe? Por nós, não há outra resposta.
Precisamos ter em mente que este abandono é o preço que pagou por nós. Fez-se solidário com cada um de nós até o ponto extremo, para estar conosco até o fim. Experimentou o abandono para não nos deixar reféns da desolação e permanecer ao nosso lado para sempre.
Portanto, quando estivermos perdidos em um beco sem saída, cheios de preocupações e perguntas sem respostas, saibamos que não é o fim, porque Jesus esteve ali e agora está conosco. Ele sofreu a distância causada pelo abandono para acolher no seu amor todas as nossas distâncias.
Através da entrega de Jesus eu posso dizer que, em minhas quedas, na desolação, quando me sinto perdido e não aguento mais, Ele está comigo; nos meus tantos porquês sem resposta, Ele está neles. De fato, na cruz, enquanto experimenta o abandono extremo, não se deixa cair no desespero, mas reza e se entrega.
Um amor assim como o de Jesus, que dá tudo por nós, até o fim, é capaz de transformar os nossos corações de pedra em corações de carne. É um amor de piedade, ternura e compaixão.
Padre Omar
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