É muito comum ouvirmos pessoas reclamando que as suas orações não são atendidas por Deus, pelo menos assim parece, pois o que pedem não se realiza. Se a razão pela qual rezam é nobre, como por exemplo, a intercessão pela saúde de uma pessoa doente, o não cumprimento é desolador.
Todos nós já tivemos esta experiência de rezar pela cura de um amigo, de um parente, e depois eles morrerem, logo pensamos que Deus não nos atendeu. O Catecismo da Igreja Católica oferece um bom resumo da questão: adverte-nos contra o risco de não termos uma experiência autêntica de fé, mas de transformarmos a nossa relação com Deus em algo mágico.
A oração não deve ser vista como uma varinha mágica, mas sim como um diálogo profundo com o Senhor. De fato, quando rezamos, podemos cair no risco de não sermos nós a servir Deus, mas de pretender que Ele nos sirva.
Então, estamos fazendo uma oração que é sempre exigente, que pretende orientar os acontecimentos de acordo com o nosso plano, e que não permite qualquer outro projeto para além dos nossos desejos.
Jesus teve grande sabedoria de nos ensinar a oração do “Pai-Nosso”. É uma oração unicamente de pedidos, como sabemos, mas os primeiros que pronunciamos são todos da parte de Deus. Pedimos que não seja realizado o nosso desejo, mas a sua vontade.
O apóstolo Paulo nos lembra que nem sequer sabemos o que é conveniente pedir. Muitas vezes, nossas orações são moldadas por nossas necessidades e desejos imediatos. No entanto, ao rezar, devemos sempre buscar a humildade, pedindo a Deus que nos conceda o que realmente nos convém, pois Ele conhece nossas verdadeiras necessidades.
Somos convidados a pedir a graça de sermos mais humildes em nossas preces, reconhecendo que Deus tem um plano para cada um de nós. Que possamos, com coração aberto e humilde, nos entregar à sua vontade, confiando plenamente no seu amor.