A sociedade atual é sedenta de diversão e lazer. A indústria da distração desenha o mundo ideal como um grande parque de diversões onde todos se distraem. O conceito de vida hoje predominante não tem o centro na atividade e no empenho, mas na evasão. Ganhar para se divertir, para se satisfazer.
A imagem modelo é aquela de uma pessoa de sucesso, que pode se permitir a diferentes espaços de prazer. Mas esta mentalidade faz escorregar na insatisfação de uma existência anestesiada pela diversão, que não é repouso, mas alienação e fuga da realidade.
Com o terceiro mandamento das leis de Deus vemos que o descanso é necessário. Pois Deus nos pede para “Guardar o domingo e dias santos”. O mandamento tem um elemento peculiar, oferece uma motivação. O repouso em nome do Senhor tem um motivo específico: “Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que eles contêm, e repousou no sétimo dia.”
Portanto, o repouso, segundo este mandamento, consiste no momento da contemplação, no momento do louvor, não da evasão. Trata-se do tempo para olhar a realidade e dizer: como é bonita a vida! Ao descanso como fuga da realidade, o Decálogo opõe o repouso como bênção da realidade.
Para nós, cristãos, o centro do dia do Senhor, o domingo, é a Eucaristia, que significa “ação de graças”. É o dia para dizer a Deus: Senhor, obrigado pela vida, pela sua misericórdia, por todos os teus dons. O domingo não é o dia para anular os outros dias, mas para os recordar, bendizer e fazer as pazes com a vida, pois ela é preciosa!
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