A notícia se espalhou mais rápido que a água morro abaixo que, em outras épocas, jorrava por essas bandas. Ibiapina foi ferroado na barriga por um inseto não identificado. E as fake news chegaram juntas dando conta que, por conta do antibiótico, ele ficaria afastado dos encontros, quase alcoólicos por algum tempo. Fato desmentido minutos depois pelo próprio Ibiapina. “Antibiótico eu não tomo!”
Ele contou que, no dia do ataque, procurou atendimento em um hospital particular no Méier. Foi mal atendido e a médica não retirou o ferrão. O antibiótico receitado por ela foi, então, ignorado pelo paciente, tal qual ela ignorou o “projetil” do inimigo na barriga do amigo!
Ainda não temos notícias do estado de saúde do tal inseto, com certeza, kamykaze. Com certeza, ele não teve a menor chance naquela corrente sanguínea!!
Mas quem seria esse inseto infrator que deixou o amigo com um ferrão desconhecido na barriga inflamada?
Temos, pelo menos, o perfil do suspeito: Ibiapina é o único do grupo que mora em apartamento, na cobertura, bem no alto do prédio. Então, sabemos que o bicho tem capacidade de voar alto!
Também concluímos que, pela data, o inseto deve ter aproveitado a saída do fim de ano dos presos. O Nelson sugeriu perguntarmos às cigarras, fofoqueiras, que andaram por aqui no fim do ano passado alardeando que nesse verão a chapa iria ferver. Mas, atualmente, estão recolhidas. Voto de silêncio, creio.
Julio sugeriu espalhar cartazes no bairro, alertando a presença dos insetos assassinos. Mas qual inseto? Resposta: — Colocamos fotos de todos! TODOS?
A discussão sobre o inseto Kamikaze, é claro, virou o principal assunto da reunião, de urgência, dos coroas aqui na caverna, que se realizou à sombra da parreira nº 2, e foi regada à cerveja gelada e salada de legumes. Afinal, as temperaturas continuam subindo.
Como o suspeito pode estar à espreita, o conselho decidiu pedir ao Fred um invento especial: um traje refrigerado e à prova de insetos.
Cartazes já distribuídos pela turma tentam dissuadir o inimigo: senhor inseto! Não procure nossa corrente sanguínea. Aqui usamos corrente alternada.