Deputado Dr. Luizinho (PP-RJ)Divulgação

Luiz Antônio Teixeira Jr, popularmente conhecido como Dr Luizinho (PP), é deputado federal e médico ortopedista com especialização em medicina do Esporte e do Exercício. Juntando ambas as carreiras, foi secretário de saúde pelo município de Nova Iguaçu, de 2013 a 2015, e secretário de Estado de Saúde do Rio de 2016 a 2018 — período de grande crise financeira no estado — e agora retorna à pasta na nova gestão do governador Cláudio Castro (PL). Em entrevista a O DIA, além de comparar os cenários, Dr Luizinho destaca o principal trunfo do período atual. "O momento presente é de oportunidade para organizarmos a Secretaria de Saúde para os próximos 20, 30 anos".
O DIA: Por que a decisão de voltar a comandar a Secretaria de Estado de Saúde depois de cinco anos?
Dr Luizinho: Em uma época de crise do estado, o ex-governador Luiz Fernando Pezão buscou alguém que poderia administrar a pasta com poucos recursos, usando apenas 30% do orçamento. E aí eu vim para encarar o desafio. Nós fizemos uma reestruturação financeira da secretaria e modificamos todos os projetos e atendimentos. Em vez de fechar qualquer unidade, ampliamos, e ainda construímos duas grandes referências: o Hospital Zilda Arns e o HTO Baixada. Tudo ia bem até a nova crise de credibilidade na época do Wilson Witzel. Quando o Cláudio Castro assumiu o governo, ele conversou comigo sobre os planos e possibilidades para o cargo. Agora temos que focar em suprir a demanda e acabar com os nossos problemas.
Quais as diferenças entre o momento anterior e o atual?
Na minha opinião, tanto Carlos Alberto Chaves quanto Alexandre Chieppe foram dois secretários que não tiveram oportunidade de planejamento da saúde, pois tiveram que administrar uma pandemia. Logo, uma das diferenças é que o momento atual é de oportunidade para organizarmos a Secretaria de Saúde para os próximos 20, 30 anos. Precisamos ter nos atentar à inversão de pirâmide etária que o país vivencia. A vantagem de hoje em dia é que agora conseguimos perceber o novo perfil populacional e entender a necessidade de um atendimento de alta complexidade.
O governador se comprometeu com a descentralização do aparato do Estado, incluindo a Saúde. O que está sendo feito nesse sentido?
Como indutor de políticas públicas, o estado está financiando o custeio de unidades e trabalhando em parceria com prefeituras. Alguns projetos em andamento são o aumento da capacidade do Hospital Zilda Arns, a construção de novas unidades de saúde, como o Rio Imagem Baixada, o financiamento de toda a rede de oncologia de Campos… são muitos planejamentos desenvolvidos na área da Saúde.
O que esperar em relação à Covid-19?
Nós temos um número cada vez menor de casos de coronavírus. Ele vai se tornar uma doença como a influenza, com vacinação anual, possivelmente. Acho que esse é o ponto principal a ser colocado neste ano. Ainda é preciso entender se a estratégia será somente para grupos de risco, mas acho que nos primeiros dois anos a gente vai ter que vacinar toda a população novamente. Vai ser uma nova rotina.
Quais os legados da Covid-19?
A pandemia mostrou a importância de um sistema de saúde forte. Muitas pessoas não valorizavam o SUS, e a pandemia mostrou a relevância dele. Como lado negativo, a Covid evidenciou a briga política. Ficou claro que você pode ter toda a rede necessária para combater a doença, mas se não houver um entendimento entre os agentes políticos, a população fica desassistida.
Quais são seus principais projetos nesta gestão?
Nossa menina dos olhos é o Centro de Inteligência em Saúde, que é um conjunto de computadores com inteligência artificial que permite achar vagas para atendimento de forma mais eficaz, além de possibilitar o acompanhamento do paciente. Além disso, também queremos ampliar o número de transplantes, coisa que já fizemos na gestão anterior. Outro projeto importante é a busca de mecanismos para enfrentamento das arboviroses, principalmente da dengue, doença que consome tantos recursos do nosso país. Também vale citar o grande desafio de ampliar o atendimento de alta complexidade.
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