Rogerio LisboaDivulgação

Rogerio Lisboa, 56 anos, está em seu segundo mandato como prefeito de Nova Iguaçu, o maior município em extensão territorial da Baixada Fluminense. Formado em Direito e ligado à Igreja Pentecostal, Rogerio nasceu e cresceu em Nova Iguaçu, onde mora até hoje. Entre suas realizações estão regularizar o pagamento de dívidas deixadas pela gestão anterior, acertar as duas folhas salariais e o 13º salário de 2016, entregar os Viadutos dos Imigrantes e de Austin. A segurança pública também marcou sua gestão até o momento, com a redução do número de roubos a transeuntes. "Investimos mais de R$ 1,2 milhão por mês num programa chamado Proeis. Contratamos mais 150 policiais por dia para fazer o patrulhamento nos pontos de Nova Iguaçu onde havia maior índice de criminalidade. Fomos a primeira cidade da Baixada a ter o programa Segurança Presente, do Governo do Estado, que melhora muito a sensação de segurança nos principais centros comerciais".
O DIA: Prefeito, 2023 está terminando. Qual foi o maior desafio do ano?
ROGERIO LISBOA: É planejar, executar e entregar as obras com as quais nos comprometemos para melhorar a vida da população. Aqui em Nova Iguaçu, conseguimos fazer isso. 2023 foi o ano em que mais executamos obras. São mais de 100 km de ruas asfaltadas, o Hospital Iguassú será entregue, o Viaduto de Austin – uma obra que pegamos do Governo do estado e estava parada havia 15 anos - e já entregamos. Estamos finalizando o Restaurante do Povo. A mudança no modelo de gestão da Saúde no Hospital da Posse (HGNI) já indica que o desempenho já melhorou. O tempo de espera do paciente na emergência agora caiu, e o número de cirurgias mensais aumentou de 530 para 1.050. Na Educação, estamos na última etapa da climatização de todas as escolas. Porque colocar ar-condicionado nas escolas não é ir à loja comprar e instalar. É uma licitação para compra dos aparelhos, outra licitação para escolher a empresa para fazer as instalações e uma terceira licitação para o aumento de carga elétrica, além do processo junto à Light para aumento da carga. Já fizemos as três etapas e agora estamos na instalação de fato. Foi uma luta, mas nós conseguimos.
Os crimes de rua na cidade, como roubos a transeuntes e de celulares, tiveram redução de 22% em 2022 em relação a 2021. E quais são os índices de 2023?
Tivemos redução de 20% nos roubos a transeuntes, segundo os dados do Instituto de Segurança Pública. A prefeitura investe mais de R$ 1,2 milhão por mês num programa chamado Proeis. Contratamos mais 150 policiais por dia para fazer o patrulhamento nos pontos de Nova Iguaçu onde havia maior índice de criminalidade. Além disso, fomos a primeira cidade da Baixada Fluminense a ter o programa Segurança Presente, do Governo do Estado, que melhora muito a sensação de segurança nos principais centros comerciais. Hoje temos três bases do Segurança Presente – Centro, Miguel Couto e Austin. Uma conquista importante para a nossa cidade, fruto da nossa articulação com o Governo do estado. Política com P maiúsculo.
O Estado do Rio de Janeiro vive uma situação financeira delicada. Qual é a real situação de Nova Iguaçu e a capacidade de investimento?
Para falar da situação de hoje é importante nunca esquecermos que pegamos a cidade com R$ 500 milhões em dívidas. Auditadas pelo TCE. Isso representava quase a metade do orçamento anual. R$ 150 milhões desse total eram salários atrasados. A prioridade desde aquele momento é o equilíbrio fiscal. Demos prioridade aos salários e colocamos tudo em dia em seis meses. Até hoje, pagamos os salários do funcionalismo municipal dentro do mês trabalhado. Também diminuímos despesas e renegociamos contratos. Com isso, ganhamos capacidade de investimento. Até agora, foram R$ 700 milhões em investimentos. E temos previsão de mais R$ 200 milhões para o ano que vem. Isso tudo, só com o esforço da prefeitura, com equilíbrio fiscal.
Qual é a solução para que o Estado do Rio de Janeiro e os municípios voltem a crescer?
Um problema primordial é o da segurança. Sem segurança fica mais difícil atrair o setor produtivo. Segurança em primeiro lugar. Depois, infraestrutura. O desenvolvimento precisa ser planejado em conjunto, Região Metropolitana e o interior, embora sejam investimentos diferentes. O Porto do Açu, por exemplo, tem uma necessidade básica que é a implantação da ferrovia EF118. Na Baixada Fluminense, é possível usar o terminal de contêiners de Itaguaí para atrair indústrias. Uma área importante a ser fomentada é a de atividades vinculadas ao complexo econômico e industrial da saúde. O consumo desse tipo de produto no Brasil é brutal. Temos aqui no Rio a Fiocruz, pesquisadores, temos capacidade de compra. Hoje importamos mais de R$ 20 bilhões. Nada melhor do que comprarmos aqui mesmo. Precisamos pensar em alternativas próximas e viáveis.
Nova Iguaçu é considerada uma cidade dormitório. Qual a solução?
A Baixada Fluminense precisa de investimento de infraestrutura - telecomunicação, energia (gás, energia elétrica), regularizar o abastecimento de água. Tudo isso para que as empresas possam ter condições de se instalar na região e gerar empregos no local. Enquanto isso não acontece, uma providência, com baixo custo, que traria um certo conforto no deslocamento da população para o trabalho seria diminuir o intervalo dos trens do metrô da Pavuna.
Quem será o seu candidato à prefeitura no ano que vem e qual será o ambiente da disputa?
Política tem calendário. Agora é hora de governar, fazer as entregas que a população precisa. Não podemos nos distrair com a eleição de 2024. Tudo será resolvido no momento certo. Graças a Deus eu tenho boa relação com as principais forças políticas da cidade, com os três deputados federais, com os quatro deputados estaduais e, na Câmara dos Vereadores, tenho uma relação institucional saudável. Vamos encontrar um nome preocupado em manter o equilíbrio fiscal da cidade para que o município tenha capacidade de continuar investindo e proporcionando cada vez mais uma melhor qualidade de vida à população.
O senhor acredita que se possa reeditar em 2024 a polarização lulismo x bolsonarismo?
Essa polarização nacional não interfere na eleição municipal. Os candidatos são muito próximos da população e os temas são muito locais e definidos. É muito mais importante a avaliação positiva de um governo que a avaliação ideológica de um candidato. É um voto muito mais pragmático. A relação é concreta. A população quer saber o que o candidato vai entregar de melhoria na qualidade de vida dela.