Diververgencias alimentares cada vez maiores na ceia de Natalfoto da coluna

Natal é uma festa religiosa e de extremamente familiar. A preocupação com cada detalhe fica evidente desde a decoração até o cardápio, escolhido a dedo para tornar essa noite ainda mais especial.
Mas não são raras as desavenças ocorridas durante a comemoração. A polarização política motivou várias delas. Tantos que muitos acreditam que esse Natal seja o da reconciliação já que encerraram as disputas eleitorais. Será? Tomara que sim!
Com ou sem uva passa?
Mas antes dessa cisão política um forte ponto de discordância vem de um pequeno ingrediente. Trata-se da onipresença da uva passa no cardápio.  Enquanto muitos defendem em arroz, farofa, maionese e junto ao pernil, chester ou frango, outros abominam. Não existe meio termo nessa questão. 
Carnívoros X veganos

Outra divergência alimentar que vem crescendo progressivamente junto com a adesão de veganos e vegetarianos é com relação a presença de carnes na ceia. Alguns mais radicais sequer permitem a presença de derivados à mesa em que estão sentados, mesmo que não vá para os seus pratos. Outros não imaginam um Natal sem bacalhau e outros pratos tradicionais, como a rabanada ou pudim que levam ovos ou leite para serem feitos.
O grande desafio é manter a tradição e ao mesmo tempo incluir as novas mudanças de hábitos, promovendo a tolerância e o respeito às diferenças. Diante disso, surge uma linha mais conciliatória através da adesão da chamada dieta flexitariana. Pode ser uma ótima aliada para garantir uma convivência natalina mais democrática.
Parece, tem gosto, mas não é
A dieta flexitariana foca em reduzir o consumo de alimentos de origem animal e priorizar a ingestão de vegetais, legumes, frutas e verduras - vem ganhando cada vez mais adeptos e a substituição por ingredientes parecidos. 
Plant-based
Os alimentos plant based são criados desde adaptação de receitas tradicionais e familiares até a alta tecnologia e processamento industrial para aproximar os vegetais do sabor e da textura do alimento à base animal. Esse é um mercado que vem sendo bastante desenvolvido e com alto potencial de crescimento. Investidores e empresas tradicionais já perceberam essa demanda. 
“Acredito que todos, com suas razões e ideologias, merecem desfrutar das confraternizações com alimentos gostosos e saborosos, assim terão lembranças felizes que se encaixam com suas escolhas de vida e propósito, alinhado com os novos tempos e necessidades”, pontua Amanda Pinto, CEO da N.OVO, foodtech de produção plant-based.
Entre as novidades que chegam ao mercado tem a linha de semelhantes aos frangos à base de ervilha e fibra de broto de bambu em que replicam as mesmas características do produto animal e podem reproduzir receitas como o tradicional Salpicão (de frango) sem frango.

A Linha de Maioneses sem ovos possui a mesma aparência, textura e sabor e pode ser a estrela da tradicional Salada que envolve batatas e cenouras picadas, sempre presente nestes eventos. Outros produtos também substituem os ovos em receitas convencionais de confeitaria, panificação, massas, como bolos, tortas, pavês, rabanada entre tantos outros.
Salgadinhos
Eles que antecipam a ceia, não podem faltar. Também podem ser adaptados com pouca diferença dos originais. As semelhanças são tantas que mal dá para o carnívoro perceber a substituição. A coxinha que troca a galinha pela jaca é o maior exemplo, comercializada por várias empresas e presentes em muitos restaurantes e lanchonetes. Tem ainda os croquetes que substituem o porco por um mix imperceptível de proteínas de trigo e ervilha.