O futuro do Carnavalfoto de divulgação Ana Valéria Gonçalves/Associação escolas Mirins

Uma das formas de manter o Carnaval + Sustentável é investir na formação de novos foliões e na conscientização das futuras gerações sobre a importância da consciência ambiental e da reciclagem. Graças a essa herança, a cultura popular permanece viva. Muitas escolas de samba mantém as suas alas mirins, apesar de não serem mais obrigatórias pelo regulamento das grandes. Outras patrocinam versões com crianças. Algumas mantém os dois modelos simultâneos de participação dos menores.
Entre as que mantém também suas versões mirins, estão: Mangueira, Salgueiro, Portela e Mocidade entre outras. Ao todo são 16 agremiações juvenis que possuem um dia só seu no principal palco do samba: a Marquês de Sapucaí. Seu desfile encerra o carnaval oficial na tarde de terça-feira dia 21 de fevereiro.
Ao contrário das grandes, não há competições ou ranking de performance. O importante é participar! Os baixinhos também contam com um ensaio técnico, que aconteceu no domingo, dia cinco, onde não faltou animação.

Mirins completam 40 anos
Esse ano estão completando oficialmente quatro décadas desde o desfile da primeira, a “Império do Futuro". No entanto, as alas infantis já existiam desde 1979 que foi decretado como o Ano Internacional da Criança. Além do dia do desfile e do ensaio técnico, "as escolinhas" promovem durante o ano inteiro ações sociais e educativas, como: oficinas, cursos preparatórios, reforço escolar...
"São atendidas entre 30 a 40 mil crianças e jovens até 21 anos em 16 comunidades do Grande Rio", contabiliza Arleson Rezende, professor e diretor de Comunicação da Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro.

Ensinando a Reciclagem

Além de formarem sambistas, ritmistas e artistas da confecção do carnaval, as mirins são as que mais trabalham com a reciclagem já que recebem uma subvenção mínima. São míseros R$ 50 mil para ratear entre elas. Esse valor irrisório é praticamente o único recurso já que não cobram pelas fantasias ou por lugares para assistir ao desfile.

“Trabalhamos muito com reciclagem. Seja de tecido, pano e materiais do carnaval. Quando são desmontadas duas alegorias de uma escola grande, você consegue montar pelo menos a metade de uma escola mirim. A reciclagem é mais do que questão ambiental, é a sobrevivência das mirins ganhando vida útil por mais alguns anos entre as agremiações infantis” explica Arleson Rezende.

Bloquinhos
Se estão escasseando os tradicionais bailes matinées em clubes da cidade, vem crescendo progressivamente a quantidade de eventos para menores realizados em shoppings cariocas, assim como o desfile e concentração de bloquinhos pelas ruas e praças da cidade. Um deles acontece no térreo do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio, com muito confete e serpentina. As brincadeiras acontecem ao ritmo das marchinhas, maxixes, jongos, lundús - repassando a cultura e a história carnavalesca para as novas gerações.

Entre os mais animados está o “Sem Ribalta” que evolui pela Praça Afonso Pena, tradicional bairro da zona norte carioca. Esse cortejo infantil mistura atrações circenses e momescas embaladas pela bandinha em evolução marcada para a manhã do domingo, 12 de fevereiro.
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O evento ao ar livre terá contação de histórias, malabarista, perna de pau, pirofagista, equilibrista, oficina de máscaras... Entre as atrações, destaque para a apresentação dos palhaços Limachem Cherfem e Linguiça.

“Desde 2017, o bloquinho do Coletivo Sem Ribalta desfila seu cortejo na Praça Afonso Pena. Nos períodos críticos de pandemia, como em 2021, realizamos o evento online com transmissão ao vivo via internet, mas não é a mesma coisa. Agora, em 2023, vai ser uma grande festa para todas as familias”, disse Limachem Cherem, que dá vida ao Palhaço Cherem.

Durante o bloquinho haverá desfile na praça e eleição da Rainha Mirim e Príncipe Mirim Consorte do evento carnavalesco.
Olha o Bloco da Pracinha aí gente!!!
Já tradicional entre a garotada, está completando 16 anos de muita folia pelo entorno da Praça Pio XI, no Jardim Botânico. Como a última edição presencial foi em 2020, a ideia é fazer uma grande festa no sábado, dia 11, para comemorar os 15 anos +1 anos do bloco, cheio de novidades. A começar pela camiseta, que leva a assinatura do chargista (e morador do bairro), Miguel Paiva, que trouxe para a folia sua personagem Chiquinha. O bloco também bateu o martelo e decidiu não tocar mais a marchinha "Índio quer apito", em solidariedade aos Yanomamis. E durante o desfile vai colocar um faixa e incentivar os foliões, pequenos e grandes, a fazerem doações para a Ação e Cidadania, que está unindo esforços para mandar alimentação para os índios de Roraima

"Muito bom retornar à Pio XI com o Bloco da Pracinha. Este tempo parado deu muita saudade e teve muitos pais e mesmo crianças me perguntando se o bloco ia voltar. Sim, vamos fazer uma grande festa e a ideia é reunir todos que já participaram para brincar este ano e matar as saudades. Merecemos!! – afirma Chris Martins, idealizadora e produtora do evento que está buscando patrocinadores e parceiros.
O bloco, que é considerado um dos mais procurados pelas crianças e suas famílias no carnaval carioca, está arrecadando verba através da vakinha on-line para pagamento dos músicos, som e estrutura. No repertório, só músicas que fazem parte do universo infantil e carnavalescas, como “O sapo não lava o pé”, “Mamãe eu quero”, “Alalaô” e “Chiquita Bacana”, entre outras. A oficina de customização de fantasia também está de volta e este ano, a camiseta dá lugar à sacola de algodão para as crianças carregarem confete e serpentina.

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