Bola Preta agitando o Centro do Riofoto arquivo Prefeitura do Rio/Fernando Maia

Ir ao banheiro é sempre o maior aperto no carnaval da rua. Sanitários é sempre um problema. Sem  higiene, falta de água, ausência de papel e sabão, mau cheiro e filas imensas são os principais problemas reclamados pelos foliões em relação aos banheiros químicos. Por outro lado, moradores se ressentem do odor da urina deixados em suas calçadas e muros. No entanto, alguns fazem desse limão, uma limonada para refrescar o bolso: tem moradores e comerciantes que cobram pelo uso de seus banheiros.
Banheiros Químicos
Boa parte dos recursos destinados para a infraestrutura do carnaval de rua vai justamente para o aluguel desse equipamento. Embora aumentem a quantidade a cada ano, os 34 mil banheiros químicos prometidos para essa temporada dificilmente não repetirão as mesmas queixas do carnaval passado. Isso porque com o aumento dos eventos, a concorrência pelo aluguel também aperta. Na cidade do Rio são 415 blocos cadastrados e 456 desfiles oficiais. A estimativa municipal é de que 5 milhões de foliões pulem pelas ruas cariocas. Isso sem falar que , dez por cento precisam ser adaptados para pessoas com deficiência.
Mulheres sofrem mais
Por mistura de fatores biológicos e culturais, não resta a menos dúvida de que as mulheres são as que mais sofrem. Para auxiliar nessa missão e proporcionar um alívio, uma marca de cones condutores urinários feitos de papel, está investindo este ano em alguns blocos cariocas. A dificuldade para encontrar um banheiro é uma das principais reclamações das foliãs. Fora que segurar por muito tempo pode causar problemas de saúde como cistite e complicações renais. 

Multa
A Prefeitura do Rio ameaça com multa salgada em R$ 750 foliões para quem for flagrado fazendo xixi na rua. E quem for pego pela segunda vez, a punição sobe para R$ 1.180. A fiscalização vai ser dividida entre a Companhia Municipal de Limpeza, a Comlurb e a Guarda Municipal. Embora a inadimplência no pagamento dessa multa, pela pode resultar em restrições ao crédito. 
Patrocínios
Como os blocos não conseguiam arcar com as despesas de instalação de equipamentos e infraestrutura, a solução municipal dos últimos anos tem sido vender patrocínios com direito a exclusividade dos produtos dos anunciantes.
Esse ano são R$ 39 milhões rateados proporcionalmente entre a master: Ambev – que investe na marca Brahma e quatro menores: Kwai, Águas do Rio, Elma Chips e Zé Delivery.
Junto com a administração municipal, os patrocinadores vão subsidiar a infra estrutura que inclui números são recordes este ano: oito postos médicos, 220 ambulâncias e a utilização de dois mil agentes da Guarda Municipal - pata o ordenamento urbano e 2.500 garis - para garantir limpeza da cidade.
Detritos
O lixo também figura entre as principais reclamações. Parte dele é minimizado pela logística reversa, que remunera por recolhimento das latinhas de bebida para reaproveitamento do alumínio pela própria indústria.
Além do Rio de Janeiro, a Ambev, financia também o carnaval de rua em São Paulo, Recife, Salvador e Florianópolis. A cervejaria está investindo na capacitação de 30 mil ambulantes cadastrados. Além de auxiliarem junto aos catadores, os vendedores inscritos também receberam instruções de como lidarem com assédio e exploração infantil.
Além do xixi, a Companhia de municipal de Limpeza vai manter a Operação Lixo Zero durante os dias de folia. Os agentes prometem orientar, fiscalizar e multar o descarte irregular que vai da guimba de cigarro à garrafas de vidro. O valor da multa mais baixo é de R$ 273,09 para pequenos resíduos.
Estrutura do Carnaval de Rua

O carnaval carioca deve movimentar R$ 4,5 bilhões neste ano, 12,5% acima do observado antes do isolamento provocado pela pandemia da Covid-19. Desse montante, R$ 1,2 bilhão deve vir dos eventos de rua. Só com Imposto sobre Serviços oriundos da folia, a Cidade Maravilhosa deve arrecadar 20% a mais, numa estimativa de R$ 23,3 milhões.