Por tabata.uchoa
Rio - A coleção ‘Original album series’ — criada nos EUA pela Rhino, gravadora vinculada à Warner Music — embala cinco álbuns de determinado cantor ou grupo em ‘boxes’ econômicos. Sua edição no Brasil é aceitável diante da inviabilidade comercial de lançar caixas luxuosas de artistas internacionais. Mas as edições dos ‘boxes’ dedicados a Elis Regina (1945-1982), Gilberto Gil e Milton Nascimento atentam contra a memória nacional.
Reedições pecam por pobreza gráficaDivulgação

No caso do ‘box’ de Elis Regina, a falta de critério é tão grande que a seleção inclui até coletânea, ‘Elis por ela’, traindo o conceito da série, voltada para a reedição de álbuns. ‘Essa mulher’ (1979), ‘Saudade do Brasil’ (1980) — disco duplo desdobrado em dois CDs avulsos — e ‘Elis vive’ (registro ao vivo póstumo de 1998) ao menos são álbuns.

A situação é pior nos ‘boxes’ de Gilberto Gil e Milton Nascimento por conta da ausência de informações básicas como os créditos dos compositores das faixas. No ‘box’ de Gil, nenhuma reedição credita os compositores. Fato especialmente grave em ‘Kaya N’Gandaya’ (2002), o tributo de Gil ao cancioneiro do compositor jamaicano Bob Marley (1945 - 1981). O nome de Marley aparece somente numa das imagens da capa.

No caso de Milton Nascimento, apenas o álbum ‘Amigo’ (1995) exibe o crédito dos compositores. Ao reproduzir apenas capa e contracapa de ‘Angelus’ (1994) e ‘Pietá’ (2002), ignorando os encartes, a série omite informações essenciais e empobrece as reedições.
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