Por tabata.uchoa

Rio - A conhecida receita hollywoodiana está ali: cortes rapidíssimos, intermináveis cenas de tiroteio e ação para ninguém botar defeito. Mas ‘Elysium’, do diretor Neill Blomkamp — o mesmo de ‘Distrito 9’ 2009) —, tem algo a mais. Nas entrelinhas, a crítica sociopolítica faz a superprodução ir um pouco além do lugar-comum. Melhor: entra em sintonia com o debate levantado nas manifestações pelo Brasil afora.

Intérprete do ‘coiote’ Spider%2C Wagner Moura contracena com Matt Damon%2C que dá vida ao herói MaxDivulgação

Na história, que se passa no ano de 2154, os seres humanos ficam divididos entre dois lugares totalmente opostos. De um lado, os pobres permanecem na Terra, que está abandonada. De outro, somente os ricos podem desfrutar da enorme estação espacial chamada Elysium. Tudo bem que a dualidade simplifica demais a complexidade do mundo contemporâneo, mas, quando inserida no contexto do filme, rende, sim, uma boa história.

E, como a cartilha hollywoodiana exige a presença de um herói, desta vez temos Matt Damon no papel do destemido Max, que precisa chegar a Elysium a todo custo. É que, com os dias de vida contados, somente lá ele poderá reverter seu quadro de saúde.

Especialmente para os brasileiros, ‘Elysium’ traz outras surpresas: as boas atuações de Wagner Moura e Alice Braga. Eternamente lembrado pelo Capitão Nascimento de ‘Tropa de Elite’, Wagner conseguiu trabalhar bem os trejeitos de Spider, que é manco e usa bengala. Espécie de ‘coiote futurístico’, ele transporta seres humanos para Elysium. Curiosidade: o personagem tem uma pequena tatuagem da bandeira do Brasil no braço.

Já Alice entra na pele de Frey, amiga de infância de Spider que luta para salvar a filha — a menina tem câncer. No fim das contas, ‘Elysium’ é um bom filme e — o que é melhor — com presença verde-amarela.

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