Por daniela.lima

Rio - Que os espectadores mais sensíveis se preparem: ‘O Mordomo da Casa Branca’, drama dirigido pelo norte-americano Lee Daniels, tem todos os ingredientes necessários para emocionar: com alta carga sentimental, é forte, impactante e vai direto ao ponto. Seria injusto desqualificar o longa — que foi exibido no Festival do Rio e é cotado como um dos favoritos para o Oscar 2014 — por causa dessas características. Apontá-lo como melodramático desmereceria, injustamente, a importância do seu roteiro, que mostra, de forma atraente, as lutas raciais que se confundem com a história recente dos Estados Unidos. 

Filme 'O Mordomo da Casa Branca' traz o presente político bem-embaladoDivulgação


Orçado em R$ 65 milhões, o filme traz a trajetória de Cecil Gaines (Forest Whitaker), um mordomo que trabalha na Casa Branca durante sete mandatos presidenciais, entre 1957 e 1986. A dura rotina de trabalho faz com que ele tenha pouco tempo para se dedicar à mulher, Gloria Gaines (Oprah Winfrey), e aos filhos — um deles, aliás, se lança às ruas para reivindicar os direitos dos negros. A trama resulta em alguma cenas memoráveis, como a que mostra Gaines voltando para casa em meio a uma cidade tomada pelas manifestações.

A história foi livremente inspirada em um artigo do jornal ‘Washington Post’, escrito em 2008 por Wil Haygood: ‘Um Mordomo Bem Servido por Esta Eleição’. Pelo menos na ficção, o mordomo, já aposentado, vive o suficiente para testemunhar a eleição do democrata Barack Obama — primeiro presidente negro do país. E é justamente no desfecho que vem um tom exageradamente otimista, um verdadeiro presente político que, certamente, deixou Obama feliz da vida em época de queda de popularidade. Mas nada que comprometa. O filme de Lee Daniels vence até o final do segundo tempo, com pequeno vacilo nos acréscimos. Vale a pena.

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